Bernardo Duarte Brandão – o Barão do Crato – nasceu em Icó,
no dia 15 de julho de 1832, filho de Bernardo Duarte Brandão, um rico
fazendeiro proprietário de terras da Ribeira dos Icós e Jacinta Augusta de Carvalho
Brandão. O que distingue a história do
Barão do Crato de outros poderosos que imperaram em terras do Nordeste naqueles
tempos antigos, é a sua fantástica história de amor por sua irmã, Maria do
Rosário.
Sobrado do Barão do Crato (foto O Povo)
Igreja matriz de N. S. da Expectação em 1952 - ao lado o sobrado do Barão do Crato (foto IBGE)
Ainda jovem o Barão vai à Europa para complementar seus
estudos; quando viaja, sua irmã ainda é uma criança; quando retornou encontrou uma
linda mulher. O barão se apaixona por ela, é correspondido. Na tentativa de
superar os obstáculos morais e sociais, o barão vai até o Vaticano, pedir
permissão ao papa para casar-se com a irmã. O Papa nega a autorização, dizendo que a igreja não abençoaria
tal união. Derrotado e frustrado, o barão resolve permanecer solteiro, no que é
seguido pela irmã. A frustração amorosa e o seu amaldiçoado amor por Maria do Rosário,
fizeram do barão um homem amargurado e cruel.
Nos fundos do casarão onde residiu, foram encontrados dentes que foram
arrancados nas longas sessões de tortura a que seus escravos eram regularmente submetidos,
e pedaços de ossos de corpos humanos que se presume também tenham sido de
escravos do Barão.
Igreja do Monte N. S. da Conceição em 1962 (foto IBGE)
Temido e antissocial, o Barão não frequentava a sociedade e estava
sempre envolvido em disputas políticas. Mas uma mulher, Dona Glória Dias,
descendente do Visconde do Icó resolveu enfrentá-lo. Insatisfeito com duas
tamarineiras que serviam de abrigo e sombra para viajantes, incomodado com o
barulho e o mau cheiro dos animais o Barão ordenou que as árvores fossem
arrancadas. Dona Glória adquiriu uma carroça de pólvora e informou ao Barão que
caso fizesse isso ela faria seu sobrado voar pelos ares. Sabedor que promessa
de Glórias Dias era coisa certa de ser cumprida, o Barão recuou.
sobrados em Icó - 1962 (foto IBGE)
A carroça de pólvora foi doada para os festejos do Senhor do
Bonfim, para serem transformados em fogos de artifício. Desta briga nasceu a
tradição de comemorar todos os anos com muitos fogos, o dia 6 de janeiro, em
homenagem ao santo.
Bernardo Duarte Brandão morreu com 58 anos, em Paris, em 19
de Junho de 1880, quando de viagem à Europa em busca de tratamento. Seu corpo
foi transportado embalsamado de Paris para Fortaleza onde está sepultado no
Cemitério São João Batista.
Há quem diga que o romance com a irmã nunca existiu, que
tudo não passou de intrigas e difamações criadas e divulgadas por adversários
políticos, e publicadas em jornais de Fortaleza.
Teatro da Ribeira dos Icós(foto Nirez)
fontes:
http://www.motonline.com.br/as-lendas-segredos-e-os-misterios-de-ico-ceara/
http://iconacional.blogspot.com.br/2008/05/bernardo-duarte-brando.html
Ótima matéria. Eu ando pesquisando sobre essa personagem controversa e gostei muito do que li. (E me emocionou o texto do perfil de seu blog, subtitulado "Quem sou eu".)
ResponderExcluirÓtima matéria. Eu ando pesquisando sobre essa personagem controversa e gostei muito do que li. (E me emocionou o texto do perfil de seu blog, subtitulado "Quem sou eu".)
ResponderExcluirobrigada Pilho, o barão era mesmo uma figura bem interessante, vale a pena a pesquisa. abs
ResponderExcluirO Barão e sua irmã estão juntos na eternidade, estão enterrados juntos no Cemitério São João Batista, dividindo um túmulo suntuoso...
ExcluirO Barão e sua irmã estão juntos na eternidade, estão enterrados juntos no Cemitério São João Batista, dividindo um túmulo suntuoso...
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