quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Chorozinho



População: 18.915 habitantes (IBGE 2010)
Área  278,413 km²
Bioma: Caatinga
Instalado em 01 de janeiro de 1989
Limites: Norte: Pacajus, Leste: Cascavel, Sul: Ocara, Oeste: Barreira.
Localização: Região Metropolitana de Fortaleza
Distância até Fortaleza:  40 km


Origem do Município:
A região às margens do Rio Choró era habitada por índios de etnias diversas, como os Jenipapo, Kanindé, Choró e Quesito. No Século XVII foi instalada a Missão dos Paiacu. O núcleo urbano surgiu junto com o projeto de combate a seca entre 1932 e 1934.
Chorozinho nasceu com a construção da ponte sobre o Rio Choró, quando o Governo Federal decidiu pela realização da obra, no lugar denominado Currais Novos, em razão da construção da Rodovia BR 116, que ligaria Fortaleza ao Sul do País. 


 Rio Choró, sofrendo as consequências da longa estiagem no Ceará

Com a construção, o DNOCS instalou o acampamento dos engenheiros e operários em uma casa, que foi denominada de Residência.
O trabalho da construção da ponte foi bastante demorado em razão das  dificuldades encontradas na época para transportar o material. Desse modo, o DNOCS contratou muitas pessoas da região para trabalharem na construção da ponte. Esses trabalhadores deixaram suas casas para morar nas proximidades de seu trabalho.  
Do acampamento dos engenheiros do DNOCS e dos operários empregados desta construção surge o povoamento, que cresceu ao redor desta base de apoio e da capela de Santa Terezinha, que mais tarde seria elevado à condição de município. 

A Igreja de Santa Teresinha do Menino Jesus foi fundada em 1935, pelo Padre Antônio Bezerra, quando Chorozinho era apenas um povoado. Em 1980, um terremoto atingiu a cidade, e abalou as estruturas do templo. No ano seguinte foi aprovado o projeto de construção de uma nova igreja. 

A nova igreja, em forma de pirâmide, arquitetura arrojada e moderna, começou a ser construída em 1983. Um ano depois, foi celebrada a 1a. missa no local, no dia 2 de dezembro de 1984.

Pelo decreto estadual nº 448, de 20 de dezembro de 1938, o distrito de Currais Velhos passou a denominar-se Chorozinho. Elevado à categoria de município com a denominação de Chorozinho, pela lei estadual nº 6436, de 17 de julho de 1963, desmembrado de Pacajus.
A Lei Estadual nº 8339, de 14 de dezembro de 1965, extinguiu o município, sendo seu território anexado ao município de Pacajus, como simples distrito.


Em 13 de março de 1987, foi novamente elevado à categoria de município com a denominação de Chorozinho, desmembrado de Pacajus, com sede no antigo distrito de Chorozinho. 
Em divisão territorial datada de 17 de janeiro de 1991, o município é constituído de 6 distritos: Chorozinho, Campestre, Cedro, Patos dos Liberatos, Timbaúba dos Marinheiros e Triângulo.


O turismo religioso é uma dos principais atrativos de Chorozinho, pois movimenta toda a cadeia de serviços que gira em torno da atividade, como comércio, restaurantes, meios de hospedagem e transportes. A devoção ao Menino de Jesus de Praga começou nos anos 70, quando o padre Enemias Freire de Almada, incentivou a construção da Gruta no mesmo terreno da igreja, depois que se viu curado de uma grave enfermidade.  

fontes:
IBGE
Anuário do Estado do Cerá
Wikipédia
fotos de Rodrigo Paiva
agosto/2014

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Limoeiro do Norte

 Praça Capitão João Enes e coluna comemorativa a fundação da Vila 

O povoamento de Limoeiro do Norte teve início em 1687, com a vinda do sargento-mor João de Sousa Vasconcelos, do sertão do São Francisco para a ribeira do Jaguaribe, onde depois de constantes lutas com os índios paiacus, se estabeleceu no sítio São João das Vargens, que logo se tornou desenvolvido arraial.
As terras férteis ribeirinhas, que ofereciam vantagens para a agricultura e a pecuária, foram ocupadas aos poucos por imigrantes provenientes do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, surgindo novos núcleos como o de Tabuleiro de Areia e o de Limoeiro, cuja origem data de 1708, quando o Desembargador Cristóvão Soares Reimão, encarregado de tombar as terras do Baixo Jaguaribe, demarcou légua e meia  de terras do rio Jaguaribe, com meia légua de cada lado, subindo o rio, a partir do marco do poço das Aningas, até a última meia légua que abrangia a propriedade do sargento-mor – local onde hoje está a cidade de Limoeiro do Norte.

 moradores na Praça José Oster, em frente à residência do Padre Acelino 

O sitio Limoeiro veio a pertencer a Antônio Rodrigues da Silva, que o passou ao seu genro Manuel José da Silva. Já em 1778, a pequena fazenda Limoeiro tomava corpo, com suas atividades econômicas em franco desenvolvimento e crescente população. Com a morte de Manuel José da Silva, presumivelmente na primeira década do século XIX,  seus filhos lançaram a ideia da construção de uma capela doando 600 braças de terras em 1818.
Iniciada a construção em terras de Bonifácio José Carneiro e Joaquim da Costa Barros, a capela foi construída e benta em 9 de dezembro de 1845. Com a criação da freguesia  de Nossa Senhora da Conceição, inaugurada canonicamente em 1864, a capela passou por reparos e foi transferida para  a povoação de São João de Jaguaribe.

 Igreja Matriz de N. S. da Imaculada Conceição 

O distrito de paz de São João de Jaguaribe foi criado pela Câmara Municipal de Russas em 1830, e recebeu foros de vila  em 22 de dezembro de 1868, sendo transferida, antes de inaugurada para a povoação de Limoeiro, que passou a ser sede do município, com território desmembrado de São Bernardo das Russas (atual Russas), dando-se sua instalação em 30 de julho de 1873. 

 No centro da foto, Maria Bonita e Lampião 

A vila foi elevada à categoria de cidade pela Lei n° 364, de 30 de agosto de 1897. A 15 de junho de 1927, Limoeiro viveu momentos de intensa expectativa e justificado temor. O célebre cangaceiro Lampião, vindo de Mossoró, ocupara a cidade com 42 homens. Antes, Virgulino Ferreira da Silva havia atacado Mossoró, onde houve cerrado tiroteio, quando morreram alguns bandidos de fama. Mas, chegando a Limoeiro, e ciente de que pisava em terras cearenses, Lampião ordenou aos seus bandoleiros que nada roubassem, pois em solo em que pontificava o padre Cícero não era para ser atacado. Supersticioso, o cangaceiro tinha pelo velho padre verdadeiro fanatismo. Os fazendeiros cearenses foram por isso, poupados da sanha destruidora de Lampião e seu bando. 
Antes de atingir a cidade, Lampião hospedou-se na casa de fazenda do coronel Anísio Batista dos Santos na Lagoa da Rocha, distante da sede 36 quilômetros. No dia 15 de junho, Virgulino Ferreira encontrou-se com o prefeito, coronel Felipe Santiago, exigindo deste a quantia de 15 contos de Reis pelo resgate da cidade que fora quase que totalmente abandonada pela população. O prefeito expôs a situação ao vigário padre Vital Gurgel Guedes e a outras autoridades. Foi então feito um apelo ao cangaceiro para que reduzisse a quantia imposta, pois as pessoas de posses haviam se retirado para um lugar seguro diante da aproximação do bando.
Lampião diminuiu para 6 contos de Réis, ao que as autoridades asseguraram ser impossível juntar, acrescentando que só dispunham de 2 contos, o que levou Sabino, valente cangaceiro, a dizer que aquilo era uma ninharia. Lampião notando a intromissão de Sabino sem que tivesse sido chamado a isso, aceitou os 2 contos sem protesto. 
 
 foto do bando em Limoeiro, onde se avistam alguns moradores (2a fila à esquerda) 

O cangaceiro esteve em visita ao lado das autoridades locais a vários pontos da cidade e até depositou esmolas na Matriz. Sabedor de que estavam em seu encalço forças policiais do Ceará e Rio Grande do Norte, saiu de Limoeiro e tomou rumo ignorado. 

rua principal em foto antiga 

Localização:  na zona Fisiográfica do sertão do baixo Jaguaribe, em pleno polígono das secas, Limoeiro do Norte se estende desde as famosas várzeas aluvionais formadas pelos rios Jaguaribe e Banabuiú até a Chapada do Apodi, nos limites com o Rio Grande do Norte. 
O município é constituído de 2 distritos: Limoeiro do Norte e Bixopá

 Inauguração da praça Pandiá Calógeras, hoje N. S. Assunção - 1954 

Limites: Norte: Russas e Quixeré;
Leste: Governador Dix-Sept Rosado,
Sul: Tabuleiro do Norte, São João do Jaguaribe;
Oeste: Morada Nova
Distância até a capital: 198 km
População: censo 2010 – 56.264 habitantes
estimada 2013 – 57.372 habitantes

fonte: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros
IBGE-1959 
fotos do Arquivo Nirez e IBGE

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O Ceará de 1820

Barra do Ceará no período colonial

Na primeira metade da década de 1820 o Ceará foi palco de intensa agitação política e revoltas, relacionadas com o processo de Independência do Brasil, com as disputas entre os grupos oligárquicos pelo controle da província e à oposição ao centralismo que foi imposto ao país durante o I Reinado. Nessa fase de instabilidade, grupos de “cabras” a serviço de segmentos dominantes, buscavam impor os interesses destes em confrontos brutais.
Como pano de fundo para toda essa agitação política – e contribuindo para a mesma – estava a crise econômica cearense. Até 1819 a economia local se manteve numa situação relativamente estável, com os lucros vindos do plantio e comércio de algodão. A última grande seca havia atingido a capitania nos distantes anos 1790-93. Os latifundiários – em especial os do vale do Jaguaribe, a área mais populosa e rica do Ceará nas décadas iniciais do século XIX – conheceram uma fase de prosperidade, dispondo pois, de recursos humanos (a massa camponesa que deles dependia e os defendia em grupos armados) e materiais para envolver-se em disputas políticas e reagir contra medidas governamentais que atingiam seus interesses.

 vista aérea de Jaguaribe, durante a inundação de 1950

Mas na década de 1920, a intensificação da concorrência da cotonicultura dos Estados Unidos, o aumento da produtividade das fábricas inglesas (com menos algodão passou a produzir mais tecidos) e as pragas agrícolas, vão atingir em cheio a produção e a lucratividade do algodão do Brasil, em especial o do Ceará. Dessa maneira verifica-se um empobrecimento geral da província e um clima de insatisfação, ensejando lutas dos latifundiários para assumir o controle do poder local para se proteger e ou combater a exploração da Metrópole portuguesa/Estado imperial e buscar contornar a crise econômica.
O último administrador do período colonial, empossado em julho de 1820, foi o capitão-de-mar-e-guerra Francisco Alberto Rubim. Seu período coincidiu com o início do furacão político que se abateu sobre o reino no começo dos anos 1820.
Após muita pressão da Câmara de Vereadores e a sublevação dos militares acantonados em Fortaleza (14 de abril de 1821), Rubim viu-se obrigado a jurar a Constituição a ser feita pela Corte Portuguesa – era uma consequência da Revolução Liberal do Porto de 1820, a qual exigiu o retorno de D. João a Portugal e a elaboração de uma constituição. 

 Crato década de 1930

No Crato, todavia, rebentou movimento contrário ao da Capital. A Vila do Crato dominada pelas forças absolutistas que haviam sufocado a insurreição de 1817 – representadas por Leandro Bezerra Monteiro, pelo filho deste, Gonçalo Luís Teles e por Pereira Filgueiras, entre outros – recusou-se a jurar o documento constitucional, pois embora não soubesse precisamente o que seria uma constituição, temia-se que esta atingisse o rei, sendo nesta perspectiva, um atentado contra a religião, segundo as ligações que havia na mentalidade sertaneja entre Deus e o Monarca. Temia-se da mesma forma que o juramento resultasse em coisa semelhante ao movimento de 1817, uma anarquia republicana.
Entre os segmentos mais humildes, corriam boatos dando conta que se a tal constituição, uma lei do Satanás, fosse aprovada, seriam escravizados os pobres, mulatos e caboclos. Falava-se ainda que a Constituição era uma criatura viva, de aparência horripilante e capaz das maiores maldades contra os cristãos.
Diante do clima de inquietação, o governador Rubim enviou representantes ao Cariri, os quais, com dificuldades conseguiram convencer Pereira Filgueiras e Leandro Bezerra Monteiro, mostrando que a Constituição não tinha nada contra Deus e que o próprio D. João VI fizera o jurara o documento. Outros chefes monarquistas, porém, continuaram a incitar o povo contra a “lei do diabo”. A tensão era grande na região, ocorrendo motins em Icó, Jardim e Missão Velha.

 Igreja matriz do Crato, em 1936

Em agosto de 1821, enquanto havia uma celebração na Igreja do Crato pela adoção do regime constitucional, 400 homens armados cercaram o templo com o propósito de por fim a cerimônia – acreditavam que a Constituição iria substituir a imagem de Nossa senhora da Penha pela de uma prostituta de nome Úrsula. Só não se verificou uma tragédia devido a intervenção do capitão-mor Pereira Filgueiras.
Com o tempo, arrefeceram os ânimos no Cariri, embora em Fortaleza cada vez mais aumentasse a pressão contra Rubim. Os opositores não acreditavam na fidelidade do governo à causa constitucional.
Um levante militar a 3 de novembro de 1821 obrigou Rubim a renunciar. O Ceará passou então a ser gerido por um Governo Provisório chefiado pelo comandante da tropa de linha Francisco Xavier Torres, militar ligado aos interesses dos constitucionalistas portugueses.    


Extraído do livro História do Ceará, 
de Airton de Farias  

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Praia do Morro Branco



 Farol
 Igreja de São Pedro

Localizada no município de Beberibe, litoral leste do Ceará, a praia do Morro Branco fica a 5 km do centro de Beberibe e a 91 km de Fortaleza. Em razão de sua bela paisagem natural, com suas falésias vermelhas e recortadas formando labirintos naturais, as praias de Morro Branco, em já serviram de cenário para algumas produções televisivas. As novelas "Tropicaliente" e "Final Feliz", a minissérie "Sansão e Dalila", o filme "O Noviço Rebelde" além do programa "No Limite" 
A luz forte e duradoura das proximidades da Linha do Equador ressalta o contraste entre o verde do mar e o vermelho das falésias, de onde saem areias de diversas cores. Elas servem de material para artesãos produzirem os mais diversos objetos decorativos em garrafas. 
Apesar das inúmeras falésias de areias vermelhas o lugar recebeu o nome de Morro Branco por conta de uma duna branca e alta, de onde se tem uma das mais bonitas vistas do por-do-sol.
 

Monumento Natural das Falésias de Beberibe







As falésias são formações geográficas que aparecem com o encontro abrupto das águas do mar com a terra. As ondas desgastam a costa e formam escarpas altas e verticais. A erosão constante ao longo de anos e anos formou em Beberibe um longo labirinto de sete quilômetros. O Labirinto das Falésias, é acessível a pé. A entrada, a partir da vila, é sinalizada. A caminhada por entre os paredões coloridos é curta e pode ser feita sem guia, mas vale a pena contratar um monitor local para ouvir algumas histórias da região e vê-lo formar a aquarela de cores com as areias coletadas de onde não se imagina. A saída do labirinto é no mar, nas barracas que vendem souvenires.
O Monumento Natural das Falésias de Beberibe, é uma unidade de conservação de proteção integral, criada pelo DECRETO Nº 27.461, de 04 de junho de 2004, e abrangendo uma área equivalente a 31,29 hectares. 

fotos de Rodrigo Paiva
agosto/2014