terça-feira, 27 de maio de 2014

Mestres da Cultura

 foto Diário do Nordeste 

Produzir, conservar e transmitir a cultura popular. Este é o papel dos mestres da cultura. Anualmente a Secretaria de Cultura do Ceará, concede diplomas a pessoas, grupos ou comunidades que desempenhem tal função com maestria.
A seleção é feita desde 2004. Dentre o universo de em média, 100 inscritos à cada ano, são escolhidos no máximo 12. A soma dos escolhidos em todos os anos não deve passar de 60 ainda em atividade.
Um júri montado pela Secult analisa critérios como relevância, domínio e capacidade do inscrito de transmitir seus conhecimentos. o júri é composto por membros de instituições como o Instituto do Patrimônio Histórico e das Secretarias de Cultura de Fortaleza.
As pessoas escolhidas como mestres da Cultura recebem do Estado um auxílio vitalício mensal no valor de um Salário Mínimo; os grupos recebem  R$ 4.200,00 em cota única e às comunidades selecionadas é concedida prioridade na tramitação de projetos de cultura no Governo do Estado.

Mestres da Cultura escolhidos em 2011- 2012 - 2013

Raimunda Lúcia Lopes
Nascimento – 31/05/1949
Atividade – rendeira
Cidade – Trairi
É mais conhecida como Dona Raimundinha na localidade de Timbaúba. Ao desenvolver atividades como bordadeira e costureira, pode conhecer  como funciona o processo de produção artesanal. Recebe convites para apresentar suas peças em feiras, eventos e exposições.


Grupo de Incelenças no interior do Ceará (foto Diário do Nordeste) 

Grupo de Incelenças
Responsável – Maria Rodrigues da Silva
Cidade – Barbalha
Região – Cariri
O Grupo Incelenças realiza suas atividades há mais de 50 anos na zona rural de Barbalha, no Sitio Cabaceiras, e é composto de 17 mulheres além de uma criança vestida de anjo. As integrantes do Incelenças são convidadas para encomendarem as almas em velórios por meio dos cantos de benditos.


A imagem de N. S. da Saúde, no bairro Mucuripe, em Fortaleza, é um trabalho do Mestre da Cultura, escultor Deoclécio Soares Diniz, o Mestre Bibi (foto Fortaleza em Fotos)

Deoclécio Soares Diniz
Nascimento – 26/12/1936
Atividade – escultor
Cidade – Canindé
Conhecido como Seu Bibi, mestre Bibi ou Bibi Santeiro, mestre Deoclécio é famoso por produzir imagens sacras em grandes dimensões. O primeiro trabalho do mestre foi a produção da estátua de Nossa senhora do Perpétuo Socorro.

apresentação de pastoril na cidade de Várzea Alegre (foto:site municipiosdoceara.com.br)


Grupo de Pastoril Nossa Senhora de Fátima
Responsável – Francisca Ivanila Gomes da Costa Marques
Cidade – Maracanaú
Região Metropolitana de Fortaleza
É conhecido como uma tradição cultural religiosa trazida pelos colonizadores. Enquanto manifestação popular é a principal atividade desenvolvida pelo Nossa Senhora de Fátima. O grupo teve início ainda na década de 1940 por meio de Rita Gomes da Costa e faz parte de uma tradição familiar.


Palhaço Pimenta, quase 60 anos em atividade (foto: http://arteriso.blogspot.com.br)

José de Abreu Brasil (Palhaço Pimenta)
Atividade – arte circense
Cidade – Fortaleza
O Palhaço Pimenta nasceu em 1945, na cidade de Jaguaribe. Iniciou suas atividades em circo por volta de 1960, no Gran Circo Uiara, como porteiro. Daí se envolveu nas ações de palco como trapezista, depois palhaço com o nome de Coça-Coça. Assumindo o posto mudou de nome para Palhaço Pimenta. Nestes 50 anos dedicados à arte circense, trabalhou em diversos circos, entre os quais o Estrela do Mar, Irmãos Silva, Barley Circo, Night and Day e Circo Uirapuru.

Grupo Boi Coração 
Responsável – Luciano Correia dos Santos
Atividade – reisado
Cidade – Ocara
Com uma trajetória de 40 anos no município de Ocara, o Reisado Boi Coração foi reconhecido em 2013, como mais um tesouro vivo da cultura popular tradicional cearense. Sob o comando do mestre Luciano Correia dos Santos, agricultor aposentado, o grupo dá continuidade a uma tradição local de pelo menos oito décadas, que começou com os folguedos de Bumba-meu-boi, derivados do reisado, mas com características próprias.

foto: site prainha do canto verde

Comunidade da Prainha do Canto Verde
Responsável – José Alberto de Lima Ribeiro
Cidade – Beberibe
A Comunidade da Prainha do Canto Verde foi reconhecida como novo tesouro vivo do Estado em função do modelo de organização desenvolvido ao longo das últimas três décadas, que valoriza o modo de vida, a educação, a saúde, a cultura, a economia e o meio ambiente local. Formada por cerca de 300 famílias, e aproximadamente 1.100 moradores em uma área de 29.794 hectares, a comunidade está localizada a 126 km de Fortaleza, em Beberibe, litoral Leste do Estado.


Dona Zefinha, mestre da cultura tradicional, de Potengi. É a única artista do Estado capaz de tecer redes com rendas de bilros (foto Diário do Nordeste)

Josefa Pereira de Araújo
Atividade – rendeira
Cidade – Potengi
Dona Josefa ou Zefinha, nasceu em 1943. Reside em Potengi, região do Cariri. Tem no artesanato sua ocupação principal, confeccionando redes de dormir de renda de bilros. Aprendeu essa arte com a mãe, Dona Helena, que também fazia redes. Trabalha  numa almofada de mais de um metro de comprimento, manipulando 120 pares de bilros de macaúba. Para tecer uma rede de dormir necessita de 20 novelos de linhas e cerca de 70 dias de trabalho. A peça não tem qualquer emenda. Chama a atenção o fato de ser a única artesã em todo o estado do Ceará, capaz de realizar esse tipo de trabalho. 

grupo de reisado em Juazeiro do Norte (foto: jornal O estado)


Grupo Reisado Nossa Senhora de Fátima
Responsável – Maria de Fátima Monteiro Cosmo
Cidade – Juazeiro do Norte
Criado em 1996, no bairro Romeirão e composto apenas por mulheres, o Resiado Nossa Senhora de Fátima é um dos novos tesouros vivos reconhecidos pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Ceará em 2013. Sob a  responsabilidade da mestra criadora Maria de Fátima Monteiro Cosmo, o grupo é formado por 16 integrantes fixas, além de dois ou quatro eventuais. Com a morte do marido Sebastião Cosmo, em 2010, também mestre do Reisado São Sebastião formado apenas por homens, Fátima passou a cuidar dos dois grupos. Os nomes dos dois reisados são reverências aos santos homônimos.  

fonte: Anuário do Ceará - 2014


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Açude Acarape do Meio

Construção da barragem do Açude, ao fundo a Vila do Acarape do Meio, hoje desaparecida.

Antes da construção do açude atual, existia próximo ao local onde hoje fica o sangradouro, um pequeno açude chamado de Açude do Benício, construído por um morador de uma  aglomeração  que existia no local, chamada  Comunidade do Carrapicho, localizada alguns metros abaixo da Vila do Acarape do Meio. Com a construção do Açude o povoado foi submerso o que determinou o fim da comunidade.  As antigas casas e até o cemitério foram encobertos pelas águas, só restou a Capela de São Gerardo, localizada no alto do Morro do Passarinho.

 
A capela de São Gerardo Magela, localizada no alto do serrote do Passarinho à esquerda da barragem, ainda é utilizada em um evento anual, quando é celebrada missa em homenagem ao padroeiro. A celebração ocorre no terceiro sábado de outubro, às 17 horas.


O Acarape do Meio foi construído entre 1909 e 1924 para abastecimento de água potável da capital Fortaleza, com projeto original do engenheiro Piquet Carneiro, membro da Comissão de Açudes e Irrigação, o qual foi modificado posteriormente pelos engenheiros da IFOCS (atual DNOCS). Está localização no Distrito de São Gerardo (antigo distrito de Acarape do Meio), município de Redenção.


A barragem Eugênio Gudin, está localizada no município de Redenção, a cerca de 65 km de Fortaleza.   Barra  o rio  Acarape,  sistema  Complementar,  cuja bacia hidrográfica  cobre  uma  área de 241,525 k m2. O reservatório tem uma capacidade de 34.100.000 m3.  Inicialmente de propriedade  do DNOCS, passou depois à responsabilidade do município de Redenção, onde a obra se localiza. Presentemente  está  sob   a jurisdição do Estado do Ceará.
Tem como finalidade principal o abastecimento d'água da cidade de  Fortaleza  e  de  outras que se localizam no percurso da adutora. Secundariamente destina-se à irrigação de lavouras a jusante da barragem, atende à piscicultura e às culturas  agrícolas nas áreas de montante.