quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O Barão do Crato e seu Romance Proibido

Bernardo Duarte Brandão – o Barão do Crato – nasceu em Icó, no dia 15 de julho de 1832, filho de Bernardo Duarte Brandão, um rico fazendeiro proprietário de terras da Ribeira dos Icós e Jacinta Augusta de Carvalho Brandão.  O que distingue a história do Barão do Crato de outros poderosos que imperaram em terras do Nordeste naqueles tempos antigos, é a sua fantástica história de amor por sua irmã, Maria do Rosário.

Sobrado do Barão do Crato (foto O Povo)

Igreja matriz de N. S. da Expectação em 1952 - ao lado o sobrado do Barão do Crato (foto IBGE)

Ainda jovem o Barão vai à Europa para complementar seus estudos; quando viaja, sua irmã ainda é uma criança; quando retornou encontrou uma linda mulher. O barão se apaixona por ela, é correspondido. Na tentativa de superar os obstáculos morais e sociais, o barão vai até o Vaticano, pedir permissão ao papa para casar-se com a irmã. O Papa nega a autorização, dizendo que a igreja não abençoaria tal união. Derrotado e frustrado, o barão resolve permanecer solteiro, no que é seguido pela irmã. A frustração amorosa e o seu amaldiçoado amor por Maria do Rosário, fizeram do barão um homem amargurado e cruel.  Nos fundos do casarão onde residiu, foram encontrados dentes que foram arrancados nas longas sessões de tortura a que seus escravos eram regularmente submetidos, e pedaços de ossos de corpos humanos que se presume também tenham sido de escravos do Barão.

Igreja do Monte N. S. da Conceição em 1962 (foto IBGE) 

Temido e antissocial, o Barão não frequentava a sociedade e estava sempre envolvido em disputas políticas. Mas uma mulher, Dona Glória Dias, descendente do Visconde do Icó resolveu enfrentá-lo. Insatisfeito com duas tamarineiras que serviam de abrigo e sombra para viajantes, incomodado com o barulho e o mau cheiro dos animais o Barão ordenou que as árvores fossem arrancadas. Dona Glória adquiriu uma carroça de pólvora e informou ao Barão que caso fizesse isso ela faria seu sobrado voar pelos ares. Sabedor que promessa de Glórias Dias era coisa certa de ser cumprida, o Barão recuou.
sobrados em Icó - 1962 (foto IBGE)

A carroça de pólvora foi doada para os festejos do Senhor do Bonfim, para serem transformados em fogos de artifício. Desta briga nasceu a tradição de comemorar todos os anos com muitos fogos, o dia 6 de janeiro, em homenagem ao santo.
Bernardo Duarte Brandão morreu com 58 anos, em Paris, em 19 de Junho de 1880, quando de viagem à Europa em busca de tratamento. Seu corpo foi transportado embalsamado de Paris para Fortaleza onde está sepultado no Cemitério São João Batista.
Há quem diga que o romance com a irmã nunca existiu, que tudo não passou de intrigas e difamações criadas e divulgadas por adversários políticos, e publicadas em jornais de Fortaleza. 

Teatro da Ribeira dos Icós(foto Nirez)
 
diz a lenda que por baixo do palco do teatro, há uma passagem secreta que levaria a um túnel com destino a casa do Barão do Crato. Há sim uma marca de uma passagem fechada por tijolos, mas o IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – nunca autorizou escavações que pudesse confirmar - ou não - a história.  

fontes:
http://www.motonline.com.br/as-lendas-segredos-e-os-misterios-de-ico-ceara/
http://iconacional.blogspot.com.br/2008/05/bernardo-duarte-brando.html


5 comentários:

  1. Ótima matéria. Eu ando pesquisando sobre essa personagem controversa e gostei muito do que li. (E me emocionou o texto do perfil de seu blog, subtitulado "Quem sou eu".)

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  2. Ótima matéria. Eu ando pesquisando sobre essa personagem controversa e gostei muito do que li. (E me emocionou o texto do perfil de seu blog, subtitulado "Quem sou eu".)

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  3. obrigada Pilho, o barão era mesmo uma figura bem interessante, vale a pena a pesquisa. abs

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    1. O Barão e sua irmã estão juntos na eternidade, estão enterrados juntos no Cemitério São João Batista, dividindo um túmulo suntuoso...

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    2. O Barão e sua irmã estão juntos na eternidade, estão enterrados juntos no Cemitério São João Batista, dividindo um túmulo suntuoso...

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