quinta-feira, 24 de março de 2011

Padre Cícero, 167 anos de nascimento

foto do blog Fortaleza em Fotos e Fatos

O dia 24 de março é o dia do aniversário do Padre Cícero Romão Batista, o patrono de  Juazeiro do Norte, e de toda a região do Cariri. 
Nascido no Crato, no ano de 1844, o padre está sendo festejado desde o último dia 18, quando teve inicio a semana de comemoração. A data tem também a marca especial do primeiro centenário de juazeiro. O tema da semana foi Juazeiro o Centenário, Terra de Oração e Trabalho.
Padre Cícero estudou no seminário da Prainha em Fortaleza, e foi ordenado sacerdote em 1870.  No ano seguinte foi convidado por colegas para passar uns dias em Juazeiro, uma vez que a localidade estava sem celebrante residente.  
A partir daí começou a história do padre e da futura cidade, uma história que mistura no mesmo caldeirão, fanatismo religioso, acusações de fraudes, milagres, proibições de exercer funções religiosas, perseguições, preconceitos, poder político, excomunhão, devoção.
Até hoje o milagre de Juazeiro gera polêmicas. 
Para os devotos de padre Cícero, não pairam dúvidas sobre sua autenticidade. A Igreja o recusa fortemente. 
Padre Cícero chegou a viajar para Roma, onde tentou recuperar suas funções na Igreja. Depois de uma longa espera, que durou nove meses, saiu a decisão do Santo Ofício: estavam mantidas as proibições de pregar, ministrar a confissão, aconselhar fiéis, etc. Mas lhe permitiram que voltasse para a sua cidade e  – dependendo do bispo cearense – poderia voltar a celebrar missa, menos em Juazeiro. 
Era uma tentativa para convencer o padre a sair da cidade, o que não aconteceu: Padre Cícero nunca abandonou o Juazeiro e a cidade nunca abandonou o Padre Cícero.
Nos últimos anos de vida o Padre vivia obcecado em recuperar os plenos poderes do sacerdócio, o que jamais conseguiu.
Oficialmente banido das hostes da Igreja Católica, que até hoje reluta em reabilitá-lo, a festa em comemoração ao 167° aniversário de nascimento, conta com a participação da igreja local, com missa e procissão em louvor ao santo de Juazeiro.

Para os milhões de fiéis devotos do Padre Cícero, provenientes de todo o Ceará e até de outros estados do Nordeste,  que inundam Juazeiro nessas ocasiões, não parece fazer muita diferença a questão hamletiana do ser ou não ser – que há anos atormenta a alta cúpula da  Igreja Católica.
Para o povo nordestino, o Padim Padre  Cícero é um Santo.
 Vox populi, Vox Dei.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Colonização do Ceará: A Expedição de Pero Coelho e os Padres Jesuítas

A Capitania do Siará existia desde 1535, mas ainda não havia sido explorada pelos portugueses.
Em 1603 houve a primeira tentativa oficial de colonização do Ceará, com o açoriano Pero Coelho de Sousa. Este obteve de Diogo Botelho – então governador-geral do Brasil – um título de capitão-mor e licença para organizar uma bandeira na intenção de conquistar as terras que ficavam ao norte, até o Maranhão, expulsar os estrangeiros e celebrar a paz com os índios.
Pero estava animado com a possibilidade de encontrar riquezas minerais. 
A costa brasileira em mapa do Séc. XVI 
Partindo da Paraíba, à frente de 200 índios aliados, e 65 soldados, Pero Coelho atingiu pelo litoral o Rio da Cruz (Coreaú) e seguiu para a Serra da Ibiapaba, onde travou combate contra índios tabajaras e alguns franceses, que estavam aliados naquela localidade.
Derrotando os adversários, Pero Coelho tentou seguir para o Maranhão, foco principal da presença francesa, mas só atingiu o Rio Parnaíba (Piauí), pois seus homens cansados, famintos e maltrapilhos, se recusaram a prosseguir viagem.
De volta ao Ceará, o capitão-mor determinou a fundação do Forte de São Tiago e o povoado de Nova Lisboa, às margens do Rio Ceará, batizando a capitania de Nova Lusitânia. Ficou ali pouco tempo. Os índios, revoltados com o comportamento brutal dos europeus, passaram a atacar o fortim.
O açoriano então se retira para o Rio Jaguaribe, erguendo nas margens deste o Forte de São Lourenço. No local do antigo forte, foi fundado o município de Fortim, nas margens do Jaguaribe.
No entanto, sofrendo os efeitos da seca de 1605 a 1607 – a primeira registrada pela historiografia local – abandonado por vários de seus soldados, sem receber a ajuda prometida pelo governo-geral e atacado pelos índios, Pero Coelho se viu obrigado a retirar-se do Siará, em dolorosa caminhada, na qual morreram de fome e sede alguns soldados e seu filho mais velho. 

Forte dos Reis Magos em Natal - RN
Dirigindo-se ao forte dos Reis Magos em Natal, no Rio Grande do Norte e depois Paraíba e Portugal, Pero Coelho morreu pobre em Lisboa, depois de demorada questão judicial, na qual foi mal sucedido, uma vez que não recebera autorização do governo para escravizar índios no Ceará. Fracassava assim, a primeira tentativa de colonizar o Siará Grande.
Diante disso, em vez de enviar uma força militar insuficiente e incapaz de resistir aos nativos, a Coroa optou por mandar uma missão jesuítica. Assim eram atendidos interesses do Estado e da Igreja: índios eram convertidos ao cristianismo e ao mesmo tempo eram convencidos a aceitar a presença portuguesa, afastando-os da influência estrangeira. Os religiosos escolhidos para a missão foram os Padres Francisco Pinto e Luis Figueiras.
Partindo de Pernambuco em janeiro de 1607, os padres dirigiram-se de barco, para a foz do Rio Jaguaribe, acompanhados de 60 índios, já catequizados. Desembarcando no Jaguaribe, seguiram pelo litoral, a pé, rumo à Ibiapaba, área importante para Portugal, devido a presença constante de franceses em aliança com os nativos.
Os religiosos iniciaram o trabalho de catequese, até que, em janeiro de 1608, foram atacados pelos índios Tacarijus. Francisco Pinto foi trucidado, enquanto Luiz Figueiras conseguiu fugir, sem que nada pudesse fazer.
Rio Ceará década de 1920 
Dirigiu-se então para a barra do ceará, onde fundou um aldeamento de nome São Lourenço, congregando os nativos da região. Em setembro de 1608, ante seu estado físico debilitado, optou por deixar o Siará, indo para o Rio Grande do Norte. Posteriormente, em 1609, na Bahia, relatou sua aventura em relação do Maranhão, o primeiro texto escrito sobre o Ceará.
Anos depois, em 1643, Figueiras foi vítima de um naufrágio nas imediações da Ilha de Marajó, foi capturado e devorado pelos índios Aruãs.
Em 25 de julho de 2004, na Barra do Ceará, foi inaugurada uma praça próxima ao local onde foi erguido o Forte de Santiago, a primeira construção do Ceará, o marco-zero da história da colonização. 
A nova praça foi batizada de Praça de Santiago de Compostela e, com o apoio do governo espanhol, ganhou um cruzeiro de 12 metros de altura em comemoração, na época, aos 400 anos da chegada dos espanhóis ao Ceará. 

Fonte:
História do Ceará, de Airton de Farias
Jornal O Povo 

sábado, 19 de março de 2011

19 de Março - Dia de São José, o Padroeiro do Ceará


Hoje dia 19 de março, é dia de São José, um dos santos mais prestigiados do Ceará. A parceria entre São José e o Ceará começou a mais de 300 anos quando pescadores encontraram uma imagem do santo no litoral cearense, e São José de Ribamar foi declarado padroeiro da cidade de Aquiraz, a primeira capital do Ceará. 
E desde então tem sido assim: o sertanejo deposita em São José suas esperanças de bom desempenho da estação chuvosa, que é prenúncio de boa colheita, água para a lavoura e mesa farta para o resto do ano. No entanto nem todos os anos são bons de chuva no Estado, e aí entra a relação do santo com as chuvas. 
O dia de São José ocorre durante a Quaresma e coincide com a passagem do equinócio. 
(O Equinócio corresponde à época do ano em que o Sol, em seu movimento próprio aparente na eclíptica, corta o equador celeste, e que corresponde à igualdade de duração dos dias e das noites. No Ceará corresponde ao inicio do período chuvoso).  
Segundo a tradição, se chover no dia 19 de março, dia do santo, vai ter inverno.
O culto a São José começou provavelmente no Egito, passando mais tarde para o Ocidente, onde hoje alcança grande popularidade. Em 1870, o papa Pio IX o proclamou "O Patrono da Igreja Universal" e, a partir de então, passou a ser cultuado no dia 19 de março. Em 1955 Pio XII fixou o dia 1º de maio para "São José Operário, o trabalhador". 
Apesar de ter grande importância dentro da Igreja Católica, o nome de São José não é muito citado dentro das fontes bibliográficas da Igreja, sendo apenas mencionado nos Evangelhos de S. Lucas e S. Mateus. 
Descendente de Davi, São José era carpinteiro na Galiléia e comprometido com Maria. Segundo a tradição popular, Maria tinha muitos pretendentes, porém, foi a José que ela foi concedida. José recebeu de Deus uma missão sem igual: ele foi escolhido para ser o esposo de Maria e o pai adotivo de Jesus. (Mt 1,18-25) 
Por ter sido educador de Jesus quando menino, adolescente e jovem, José teve grande importância na história da salvação. O Padroeiro do Ceará é visto como um homem silêncioso e humilde. É também o homem do trabalho para sustentar sua família; é o homem justo, obediente, de fé profunda, totalmente disponível à vontade de Deus. Tinha a profissão de carpinteiro. Era um artesão simples e modesto. 
E foi esta profissão que ele ensinou a Jesus.
Não há registros de quando José morreu. Provavelmente, foi pouco antes de Jesus começar sua pregação pública.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Jaguaribara: a Velha e a Nova

A Origem do município de Jaguaribara remonta ao final do Século XVII,  quando se estabeleceram naquelas terras ermas, algumas fazendas destinada a criação de gado. Em 1694, devido a forte resistência dos índios, donos originais da terra, os fazendeiros foram obrigados a se retirarem para as proximidades de Fortaleza, voltando anos mais tarde após vencida a resistência indígena.
O povoado de Santa Rosa constituiu-se de um desdobramento desta área, a qual foi transferida, em 1786 por doação de um dos herdeiros, para o patrimônio da Igreja católica. Elevada a condição de Vila, Santa Rosa foi inicialmente distrito do município de Frade, posteriormente denominado de Jaguaretama.
Em 31 de outubro de 1824, o povoado foi marcado pelo mais importante embate verificado no Ceará, entre as tropas imperiais e os componentes da Confederação do Equador que lutavam por um Nordeste independente.
Deste embate, realizado as margens do Rio Jaguaribe, resultou a captura e o assassinato de Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, Presidente da Confederação do Estado do Ceará. 
No ano de 1924, o Instituto Histórico do Ceará, ergueu no local denominado Alto dos Andrade, no Sítio Tapera, zona rural de Jaguaribara, um pequeno monumento ao herói. 
Supostamente seus restos mortais foram sepultados na capela do povoado.
Jaguaribara foi distrito de Jaguaretama, até que a Lei de nº 3.550 de 9 de março de 1957, promoveu-o a município. 
A denominação atual de Jaguaribara oficializou-se com o Decreto Lei nº 1.113 de 30 de dezembro de 1943, sendo uma referência a tribo tupi que habitava a região. Etimologicamente Jaguaribara significa Moradores do Rio das Onças. 
A Nova Jaguaribara


A história de Jaguaribara começou a mudar em 1985,  quando chegaram ao município, as primeiras notícias acerca da construção da barragem do Castanhão. 
A população foi avisada de que haveria desapropriação de imóveis e retirada dos moradores para uma área mais alta, não atingida pela obra. O maior reservatório de água doce do Ceará, destinado à irrigação, iria inundar cerca de  2/3 (dois terços) de Jaguaribara, inclusive a antiga sede do município. 
 O processo de desapropriação e retirada gradativa dos moradores aconteceu sob protestos,  grande resistência da população e de várias  instituições, como a associação de moradores e a Igreja Católica,  em razão da indefinição sobre as condições sociais e econômicas em que se dariam os reassentamentos. 
A nova cidade começou a ser construída em 1997, e em julho de 2001, as famílias começam a deixar suas casas.    
Inaugurada em 25 de setembro de 2001, a cidade de Nova Jaguaribara foi construída numa área de 300 hectares, e se tornou o primeiro município cearense  a ser criado com uma estrutura toda planejada. 
O Governo do Estado investiu R$ 70 milhões no projeto, que contemplou aos moradores da cidade antiga e do distrito de Poço Comprido, que também foi afetado pela construção da barragem do Castanhão

A nova sede conta com réplicas da antiga, correspondentes à igreja matriz e a igreja do Poço Comprido. Foram deslocadas aproximadamente 3.600 pessoas da área urbana, além da população rural da área inundada e da área atingida pelas obras civis, o que implicou no deslocamento de cerca de 8.000 pessoas, residentes nos municípios de Jaguaribara, Jaguaretama, Alto Santo e Jaguaribe.
Passados quase 10 anos da histórica inauguração da nova cidade em 2001, a situação dos reassentados é bastante crítica: 
 403 famílias não possuem escritura pública das casas;
 42 lotes no Projeto Mandacaru, não podem ter financiamento bancário porque não foram legalizados,  e assim, agricultores não conseguem plantar;  
Proprietários de terras não receberam indenização, mas em alguns casos a indenização  foi considerada paga. 
Famílias de áreas atingidas pelas águas do Castanhão, não foram assentadas e ficam em situação de risco quando as comportas são abertas ; 
 centenas de famílias aguardam uma adutora prometida pelos governos Federal e do Estado,  e passam sede, enquanto veem as águas do Castanhão passarem em frente das casas. 

Se transformadas em dinheiro todas as pendências sociais desde a instalação do Complexo Castanhão somam cerca de R$ 6,9 milhões os recursos reclamados por mais de 400 famílias em mais de 15 anos desde o inicio da construção da barragem. 

fotos: Sandra Nascimento
fontes:
Jornal Diário do Nordeste, de 11.12.2010
IBGE 

quarta-feira, 16 de março de 2011

Açude Público Padre Cícero (Açude Castanhão)

Açude Castanhão com as comportas parcialmente abertas (foto O Povo)
O Açude Castanhão  é um reservatório localizado no Ceará, construído sobre o leito do Rio Jaguaribe,  cuja barragem está localizada no Município de Alto Santo.  
Fica a 253 km de Fortaleza. Seu reservatório, de 325 quilômetros quadrados, tem capacidade de 6,7 bilhões de metros cúbicos de água em 48 km de comprimento. 
É o maior reservatório de água doce do Ceará. 
A obra foi iniciada em 1995 no governo de Tasso Jereissati e concluída em 2003, no governo de Beni Veras. A construção do reservatório foi resultado de uma parceria entre o DNOCS e a Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará. 
O açude abrande os municípios cearenses de Nova jaguaribara, Alto Santo, Jaguaretama e Jaguaribe.
Durante a construção do açude foi necessário remover a antiga sede do município de jaguaribara, que foi inundada. Em substituição á cidade submersa, foi construída a cidade de nova Jaguaribara, que procurou reproduzir a antiga cidade, a fim de atenuar a frustração dos moradores, que viram sua cidade natal ceder seu espaço para dar lugar ao açude Castanhão.
A construção de açudes no Ceará representa mecanismo de controle das secas, e no caso do Castanhão, é um instrumento de controle das cheias sazonais que atingem a região do Vale do Jaguaribe. 
É também utilizado para irrigação, abastecimento urbano e piscicultura, onde são desenvolvidos diversos projetos visando a melhoria da qualidade de vida da população da região jaguaribana.  

Nesse mês de março, já está prevista a abertura parcial das  comportas,  para diminuir o crescente volume de água acumulada no açude em decorrência das fortes e constantes chuvas que caem no Estado desde o início do ano, sobretudo na região do Cariri, onde fica o rio Salgado, principal afluente do rio Jaguaribe, barrado pelo Castanhão. 

fontes: 
DNOCS
 Wikipedia
 Diário do Nordeste
O Povo 
fotos:
Sandra Nascimento
Fátima Garcia 

quinta-feira, 10 de março de 2011

Quixeramobim


A Ponte Metálica era originalmente utilizada para trânsito de trens. Hoje é passagem de pedestres.
Quixeramobim é um município localizado no sertão central do Ceará, banhado pelo Rio Quixeramobim, maior afluente da margem esquerda do Banabuiu. 
De acordo com o IBGE (censo de 2010) a população atual é de 71.912 habitantes, e a área do município é de 3.330 km². 
Igreja de Santo Antonio
Segundo a tradição, os primitivos habitantes da região eram os índios quixarás. 
Os primeiros migrantes que entraram nas terras do atual município de Quixeramobim vieram de Jaguaribe, seguindo o Rio Banabuiú. 
Eram membros das famílias Correia Vieira e Rodrigues Machado, que ali se estabeleceram com fazendas de criação. O povoado parece ter nascido dessas fazendas. 
Fazenda em Quixeramobim, com vista para a Pedra da Baleia 
No ano de 1704, foram concedidas por Carta Régia, lotes de terras a vários portugueses, entre eles Antonio Dias Ferreira. Além das que lhe foram concedidas, o português adquiriu outras terras às margens do rio, fundando ali a Fazenda Santo Antonio do Boqueirão.
Tratou logo de erguer, nas proximidades de sua casa de morada, uma pequena capela, em louvor a Santo Antonio de Pádua, mais tarde, Santo Antonio de Quixeramobim. 
banhistas na beira do Açude Quixeramobim, construído no leito do rio que lhe emprestou o nome
A construção da capela atraiu outros moradores e concorreu para o povoamento e para o desenvolvimento da região. 
Vinte e cinco anos depois, a capelinha em ruínas, foi substituída pela igreja, que seria a futura matriz da cidade. 
monumentos alusivos a Antonio Conselheiro, centro de Quixeramobim 
interior da casa onde nasceu Antonio Conselheiro
Em 15.11.1755 foi criado o distrito com a denominação de Quixeramobim. Por Ordem Régia de 1766 foi elevado à categoria de vila, instalada em 1789.
Pela Lei provincial de 1856, foi elevado à categoria de cidade. 
Estação de Uruquê, distrito de Quixeramobim
O Município é constituído pelos seguintes distritos:  
Quixeramobim, Manituba, Damião Carneiro , Lacerda, Uruquê,  Passagem, Encantado,  São Miguel, Nenelândia e Belém.

Fonte: IBGE
fotos: Francisco Garcia