segunda-feira, 30 de abril de 2012

Praias do Ceará


imagem:http://www.brasilturbo.com.br
 
O litoral do Ceará se estende por 573 km, onde predominam os mangues e restingas, vegetação litorânea típica, além de áreas sem vegetação recobertas por dunas.  As temperaturas médias variam de 22 °C a 32 °C. A planície litorânea possui geografia diversificada, o que faz com que o estado possua praias com coqueirais, dunas, barreiras (também chamadas falésias por muitos) - paredões sedimentares que acompanham a faixa da costa e, em alguns trechos, possuem tons coloridos - e áreas alagadas de manguezal, onde há grande biodiversidade.
As praias mais famosas do Ceará são: a Praia de Jericoacoara, a Praia de Canoa Quebrada e a Praia de Porto das Dunas, dentre outras, as quais se destacam por alcançar fama internacional. Regionalmente, outras praias destacadas são: a Praia das Fontes, Morro Branco, Icaraí, Presídio, Cumbuco e Lagoinha. O litoral cearense é atravessado por duas rodovias, a Costa do Sol Nascente e a Costa do Sol Poente, que, a partir de Fortaleza, direcionam-se para o litoral leste e oeste, respectivamente.

 Barra do Ceará - Fortaleza

Cumbuco - Caucaia

Prainha - Aquiraz

Praia das Fontes - Beberibe

Águas Belas - Cascavel

Sucatinga - Cascavel

Caponga - Cascavel

Canoa Quebrada - Aracati

Majorlândia - Aracati

Quixaba - Aracati

Jericoacoara - Gijoca

Tatajuba - Camocim

fotos:
Rodrigo Paiva
Fátima Garcia

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Quixeramobim, no Coração do Ceará


entrada da cidade, no entorno da ponte 

Segundo a tradição, os primitivos habitantes da região eram os índios quixarás. Os primeiros civilizados que penetraram às terras do atual Município vieram do Jaguaribe, seguindo o rio Banabuiú. Eram membros das famílias Correia Vieira e Rodrigues Machado, que ali se estabeleceram com fazendas de criação de gado.  
A povoação parece ter nascido precisamente dessas fazendas. No ano de 1704, foram concedidas por Carta Régia muitas léguas de terras a vários portugueses e, entre eles, ao portuense Antônio Dias Ferreira. Além das que Ihe foram concedidas, este adquiriu ainda boas terras às margens do rio que o gentio chamava de Ibu, fundando ali a Fazenda de Santo Antônio do Boqueirão. Tratou logo de erguer, nas proximidades da sua casa de morada, uma pequena capela, sob a invocação de Santo Antônio de Pádua, mais tarde Santo Antônio de Quixeramobim. 
Com a construção da capela, Antônio Dias Ferreira muito concorreu para o desenvolvimento da região, "atraindo-lhe os moradores". Vinte e cinco anos mais tarde, a capelinha arruinada era substituída pela Igreja, que seria a futura Matriz da cidade, edificada pelo portuense. 

Igreja Matriz de Santo Antônio


Tem suas origens na primitiva capelinha de taipa construída e entregue aos fiéis no ano de 1732 por Antônio Dias Ferreira. A fachada externa do templo, sofreu algumas alterações ao longo de diversas reformas, a última das quais realizada entre 1886 e 1916, quando teve acrescida mais uma torre, sendo preservada, porém, na versão original de seu estilo barroco, com fachada em frontispício neoclássico. Seu piso original foi substituído por granito e suas colunas revestidas por lajotas de cerâmica.

 Prefeitura Municipal



Construído pelo português José Jacinto de Sousa Pimentel em 1817, o casarão em que funciona a sede do executivo municipal de Quixeramobim é um dos mais expressivos remanescentes da nobreza sertaneja do século XIX.
 Situado no lado oeste da Praça Dias Ferreira e composto de três pavimentos, o faustoso casario foi adquirido pela a Administração Municipal em 1984, tendo seu interior  reformado para abrigar a sede da Prefeitura.

Câmara Municipal


O prédio onde funciona a Câmara Municipal foi construído na primeira metade do século XIX,  (a obra foi iniciada em 1818 e concluída em 1856), na Praça da Matriz. Segue o mesmo projeto arquitetônico das Casas de Câmaras e Cadeia no Brasil, destacando-se de outras no Ceará, pela existência de uma escada externa de dois lances.
O prédio foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional  em 1972.
A cadeia funcionou ali até ser transferida para o prédio localizado na Rua 13 de Junho e hoje se encontra na Rua Raimundo Rodrigues. Na antiga cadeia, estiveram presos Marica Lessa (a Dona Guidinha do Poço, de Oliveira Paiva), e o coronel Teófilo dos Santos Lessa, este arrolado no processo de crime de morte do Comendador Garcia. 

Ponte Metálica


Inaugurada no dia 5 de fevereiro de 1899, formada por quatro vãos de 52,4m, a ponte tem uma extensão total de 209,6 metros, pesa 488 toneladas e já foi a terceira maior do gênero em toda a América do Sul.
 Depois de desativada, a velha ponte metálica despertou o interesse quanto à sua importância histórica e turística, sendo restaurada em suas cores originais, dotada de grades laterais e passarela de madeira afixada sobre os trilhos e colocada ao tráfego regular de pedestres. Caracterizando-se como um dos mais interessantes destaques do catálogo de atrações turísticas da cidade.

Casa Paroquial

casas históricas

Marco do Centro Geográfico do Ceará 

obelisco com cerca de 10 metros de altura, em granito e aço que foi anteriormente instalado pelo IBGE que referencia o presumido ponto de equidistância geodésica do Estado; fica na Praça Dias Ferreira. Quixeramobim, portanto, é conhecida como a cidade "Coração do Ceará". 

Localização:
Mesorregião Sertões Cearenses
Microrregião Sertão de Quixeramobim

Limites:
Norte: Madalena,
Leste: Quixadá, Banabuiú e Choró,
Sul: Senador Pompeu, Solonópole e Pedra Branca,
Oeste: Boa Viagem

Distância de Fortaleza: 203 km
População:  71887 habitantes (IBGE – censo demográfico 2010)

fotos: Tarcísio Garcia
fontes: 
Wikipédia
http://www.quixeramobim.ce.gov.br


domingo, 15 de abril de 2012

Lugares e Paisagens da Serra da Ibiapaba



A Serra da Ibiapaba, também conhecida como Serra Grande, é uma região montanhosa que se localiza nas divisas dos estados do Ceará e Piauí.
Trata-se de uma região atraente em riquezas naturais que já era habitada por diversas etnias indígenas. Os povos que  viviam na região,  já negociavam diversos produtos naturais com povos europeus, tais como os franceses, antes mesmos da chegadas dos portugueses.
A cidade mais antiga da serra é Viçosa do Ceará, que foi colonizada pelos jesuítas da Companhia de Jesus no século XVIII. Também se encontram as cidades de Tianguá, Ubajara,  São Benedito, Ibiapina, Croatá, Guaraciaba do Norte – onde se encontra a cidade de pedras – Carnaubal e outros diversos lugarejos.
A Serra é grande produtora de hortaliças e flores que são exportadas para a Europa e também é grande produtora de cana-de-açúcar e derivados como rapadura e mel  entre outros, distribuindo estes produtos para toda a Região Norte do Ceará e parte do Piauí.

Cidades da Serra da Ibiapaba e suas altitudes

Guaraciaba do Norte 903 metros
São Benedito (Ceará) 903 metros
Ibiapina 878 metros
Ubajara 847 metros
Tianguá 775 metros
Carnaubal (Ceará) 763 metros
Viçosa do Ceará 740 metros
Croatá 571 metros



 Parque Nacional de Ubajara

Igreja do Céu, o ponto mais alto de Viçosa do Ceará
o acesso à Igreja do Céu pode ser feito à pé, ou de carro.
 Viçosa do Ceará vista do alto da Igreja do Céu

lago da barragem - Ubajara
Cachoeira do Boi Morto - Ubajara
 vista da serra
Mirante
 Igreja no centro de Tianguá
 Coluna da Hora - centro de Tiangua
 na estrada
Praça em São Benedito
trecho entre São Benedito e Ibiapina

fotos:
Rodrigo Paiva
Fátima Garcia

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Milagre de Juazeiro foi determinante para o Crescimento da Cidade

Padre Cícero Romão Batista, o patriarca de Juazeiro do Norte

No dia 1° de março de 1889 o vilarejo de Joaseiro, então com menos de 10 mil habitantes, se prepara para mais um dia de oração e trabalho.  O capelão da igreja da pequena vila, Cícero Romão Batista, dá início a primeira missa do dia, depois de uma noite de vigília em desagravo ao Coração de Jesus. No pé do altar, um grupo de beatas, entre as quais se encontrava Maria Magdalena do Espírito Santo Araújo, mais conhecida como Maria Araújo. Teria sido mais um dia normal na vida do povoado, se não tivesse acontecido um fato inusitado.  Na hora da comunhão, a hóstia consagrada que para os católicos é o corpo, sangue de Cristo, se transformou em sangue na boca da beata Mara Araújo.

Beata Maria Araújo, cuja história "foi apagada" depois do episódio do milagre

O fato se repetiu dezenas de vezes. Os católicos do vilarejo interpretaram o fenômeno como um novo derramamento do sangue de Jesus, sendo, portanto, um milagre, versão aceita também pelo Padre Cícero e outros sacerdotes das redondezas.  Assim, o povoado, antes insignificante, passou a receber grande visitação popular. Quando ainda era uma vila pertencente ao Crato, Juazeiro não passava de um aglomerado de casas de taipa e algumas de tijolos, convergindo para uma capela dedicada à Nossa senhora das Dores. O vilarejo nasceu à sombra de três frondosos juazeiros, em frente a uma pequena capela, a margem da antiga estrada que ligava os municípios de Crato e Missão Velha.


 Cidade de Juazeiro entre as décadas 1920/40. 
imagem: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=903370

Era o entreposto dos que se dirigiam ao Cariri. A notícia do milagre se espalhou por todo o Nordeste.  Começaram as romarias. A primeira delas ocorreu no dia 7 de junho, sob o comando do reitor do Seminário São José do Crato, monsenhor Francisco Monteiro, que organizou procissão de cerca de três mil pessoas, que saíram do Crato para Juazeiro, a fim de observar a transformação da hóstia em sangue. O ato litúrgico terminou com uma homilia do monsenhor Monteiro exaltando o milagre. 

Juazeiro do Norte em foto antiga
imagem: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=903370

Cauteloso, Padre Cícero solicitou a formação de uma comissão de profissionais da saúde e por padres da região para investigar o fenômeno.
Após longos estudos, depois de testemunhar o fenômeno da transformação da hóstia em sangue por diversas vezes, a comissão concluiu que a ciência não tinha como explicar os fatos extraordinários corridos em Juazeiro. Dom Joaquim José Vieira, que era segundo bispo de Fortaleza com jurisdição em todo o Ceará, enviou uma comissão da própria igreja para averiguar os fatos, liderada pelos padres Clicério da Costa Lobo e Francisco Ferreira Antero, os melhores teólogos do Ceará, para analisar o caso. A conclusão desta primeira comissão eclesial, que permaneceu durante mais de um mês em Juazeiro, entrevistando pessoas, assistindo as transformações das hóstias e verificando outros fenômenos que aconteciam com a beata Maria de Araújo, foi que os fatos eram milagres. 

 Dom Joaquim José Vieira

Dom Joaquim não aprovou o longo relatório escrito por estes padres e nomeou uma segunda comissão. Após três dias, nos quais deu a comunhão a beata, os encarregados, padres Antônio Alexandrino de Alencar e Manuel Cândido,  declararam que o fenômeno de sangramento da hóstia não acontecera. A beata argumentou que o milagre não aconteceu porque um dos padres que acompanhavam a comunhão não estava em estado de graça. Em represália, conta-se que Maria de Araújo foi punida com 12 pancadas de palmatória nas mãos. Ainda segundo a história, a beata foi enclausurada na Casa de Caridade por ordem de Dom Joaquim, que também suspendeu as ordens sacerdotais de Padre Cícero, Monsenhor Monteiro, Padre Costa Lobo e Padre Antero, porque se recusavam a acreditar que o milagre fosse uma fraude.

velório do Padre Cícero
http://www.portaldejuazeiro.com/2011/07/rede-cebs-de-comunicacao-apresenta-77.html

Mesmo diante da negação do milagre por parte da igreja, Juazeiro virou centro de peregrinação. A notícia sobre o fato se espalhou como um rastilho de pólvora. Leva de romeiros chegavam diariamente ao povoado, que para eles, era o chão sagrado, a terra prometida.  A população do povoado triplicou em menos de um ano. Com o crescimento de Juazeiro começa a via-crúcis de Padre Cícero, sobre quem desaba uma campanha de inveja, intrigas e perseguições, além de ser suspenso da ordem e proibido de oficiar atos religiosos. Os romeiros que não podiam encontra-lo na igreja, se conformavam em ouvi-lo  diariamente em sua casa, em busca de conselho e proteção espiritual.
Nos últimos anos de vida padre Cícero tornou-se obcecado em recuperar os plenos poderes do sacerdócio, o que jamais conseguiu. Pensou em ir a Roma novamente, mas as condições físicas não lhe permitiam. Padre Cícero faleceu no dia 20 de julho de 1934.  

fonte:
História do Ceará, de Aírton de Farias
Jornal Diário do Nordeste