sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Casa da Baronesa do Café


Serra da Aratanha em Pacatuba

É a casa mais antiga de Pacatuba. A construção data do século XVIII e serviu de abrigo para os exploradores da Expedição Científica que visitou o Ceará entre 1859 e 1861. 
A expedição que reuniu cientistas e intelectuais de notório saber, visitou as terras nordestinas em busca de riquezas minerais que diziam existir na região. Os componentes da comitiva não encontraram as ricas jazidas de pedras preciosas que vieram buscar, mas realizaram importantes estudos antropológicos e registraram um momento cultural relevante da história do Ceará.
Abarrotados de equipamentos, em caravana, os cientistas da expedição que ficou conhecida como a Comissão das Borboletas, levaram dias para chegar a Serra da Aratanha, domínios dos barões do café, Antônio Costa e Silva e Maria do Carmo Teófilo e Silva, pais do poeta Juvenal Galeno. 


A casa hoje conhecida como Casa da Baronesa fica a meio caminho do ponto mais alto da Serra da Aratanha.  O acesso até o imóvel é através de pelo menos 40 minutos de trilha, íngreme, estreita e monótona. 
Erguida em terras que pertencem a família do escritor Eduardo Campos, falecido em 2007, a casa está desabitada, mas numa parceria da prefeitura de Pacatuba com os familiares, tanto a casa como o terreno de entorno são limpos com alguma frequência.
O casarão não guarda as dimensões que o nome sugere. É simples, mas de paredes robustas. Tem sala, cozinha, corredor, dois quartos e um banheiro. Na cozinha, ainda se encontra o fogão de tijolos e uma pedra que brota do chão, indicativo da maneira de construir uma residência em terreno acidentado como o da serra. 
Sob o chão de madeira de um dos quartos há uma espécie de porão. Na interpretação dos moradores ali era uma senzala onde dormiam os escravos que trabalhavam nas terras da baronesa do café. Os horrores da escravidão são revividos a partir de suas cenas limites, com o açoite de negros e sua moradia insalubre. 
Saídas de ar que dão para fora da casa, seriam provas da existência da senzala.

Pacatuba

A Prefeitura de Pacatuba estuda um projeto de tombamento, fazendo da casa da baronesa um ponto de apoio para quem faz a trilha da Serra de Aratanha, com uma exposição permanente sobre a família do poeta Juvenal galeno e a história do café na cidade de Pacatuba.

Fonte e foto da casa: Revista gente – Setembro de 2010 #01.ano 01 – Fortaleza: Editora Verdes Mares

terça-feira, 21 de junho de 2011

Campos Sales - Ceará


População: 26.505 habitantes  (IBGE 2010)
Área da unidade territorial: 1.082.766 km²
Densidade demográfica: 24,48 hab/km²
Localização: microrregião da Chapada do Araripe, mesorregião do Sul cearense
Distância de Fortaleza: 596 km
Limites: ao Norte – Aiuaba; a Leste – Antonina do Norte e Potengi; ao Sul – Salitre; a Oeste Caldeirão Grande e Pio IX, no Estado do Piauí.
Origem do Topônimo: Homenagem a Manoel Ferraz de Campos Sales, Quarto Presidente do Brasil.

Avenida Raimundo Inácio de Figueiredo

Distrito criado com a denominação de Campos Sales, pela lei provincial nº 1777, de 23-11-1878, subordinado ao município de Assaré.
 Elevado à categoria de vila com a denominação de Campos Sales , pela lei estadual nº 530, de 29-07-1899, desmembrado de Assaré. Sede na povoação de Nova Roma atual Campos Sales. Constituído do distrito sede. Instalado em 27-10-1899.
 Pelo decreto estadual nº 193, de 20-05-1931, o município é extinto, sendo seu território anexado ao município de Assaré.
 Elevado novamente à categoria de município com a denominação de Campos Sales, pelo decreto estadual nº 1156, de 04-12-1933, desmembrado de Assaré. 
Em divisão territorial datada de 17-I-1991, o município é constituído de 6 distritos: Campos Sales, Barão de Aquiraz, Carmelópolis, Itaguá, Monte Castelo e Quixariú.

Parque Ecológico do Boqueirão



O Parque Ecológico do Boqueirão e uma reserva ambiental do município, ainda pouco explorada devido sua localização de difícil acesso. 
Rico em biodiversidade, o ecossistema  é formado por espelhos d’água, grutas e cavernas, oferecendo grande potencial para o desenvolvimento do turismo ecológico da região.

Açude Poço da Pedra


Integrante da Bacia Hidrográfica do Alto Jaguaribe, o Poço da Pedra foi inaugurado em 1958 com capacidade para armazenar 52 milhões de metros cúbicos. É formado pelo represamento das águas do Riacho Conceição. 

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha
dia de feira
Praça do Ó, a mais famosa da cidade 


Construído há vários anos com o sentido de impulsionar o desenvolvimento sócioeconômico da Região do Cariri Oeste, formada pelos municípios de Campos Sales, Salitre, Araripe, Potengi, Nova Olinda, Santana do Cariri, Altaneira, Antonina do Norte, Assaré e Tarrafas, o Aeroporto Regional de Campos Sales só é utilizado eventualmente por políticos em campanha. 

Mercado Público - Travessa José de Alencar


existem muitas versões para a criação do município. Mas todas  partem de um ponto em comum: a exploração dos sertões nordestinos pelos criadores de gado. Segundo uma dessas versões, No início do século XIX, as terras onde hoje está demarcado o município de Campos Sales, eram conhecidas como "Várzea da Vaca", pela concentração de gado existente. 
Uma delas, a fazenda "Touro", ficou registrada na história por pertencer a Dona Bárbara Pereira de Alencar ou simplesmente Bárbara de Alencar, que se tornaria uma das mais eminentes e brilhantes figuras do movimento revolucionário de 1817, no Ceará. 

Fazenda Cabaceira, onde Bárbara de Alencar teria se refugiado  devido a eclosão da Sedição de Pinto Madeira em terras do Cariri. 


Bárbara Pereira de Alencar nasceu em Exu, Pernambuco, no ano de 1760. Filha de latifundiários, casou-se aos 22 anos de idade com o português José Gonçalves dos Santos, bem mais velho do que ela, no que parece ter sido um casamento de conveniência, coisa comum na época. 
Em seguida passou a residir no Cariri, mais precisamente no Crato, onde teria tido seis filhos, entre os quais Tristão Gonçalves e José  Martiniano de Alencar, pai do romancista José de Alencar. Em 1809 após a morte do marido, assumiu definitivamente os negócios da família, o que era um feito notável para uma mulher sertaneja, num meio marcado por extremo patriarcalismo. 

 alpendre da casa grande da fazenda Cabaceira. As amarras da estrutura das paredes são de couro cru. 


Barbara de Alencar envolveu-se pessoalmente na Revolução de 1817 e, com o fracasso desta, acabou prisioneira, sofrendo bastante nos cárceres coloniais. Em 1824, idosa e doente, viu e consentiu com o envolvimento dos filhos Tristão Gonçalves e Carlos José  na Confederação do Equador. Perdeu os filhos e vários conhecidos com a derrota do movimento. Bárbara faleceu em 1832, no Ceará segundo alguns historiadores  ou no  Piauí, de acordo com outros. (Provavelmente a controvérsia se deva a demarcação de limites do Municípios, que sofreu algumas modificações ao longo dos anos).  
Seu corpo foi enterrado na povoação de Itaguá, em Campos Sales.
  
fotos:
por especial gentileza dos administradores da página

 fontes:
IBGE
WIKIPEDIA
História do Ceará, de Aírton de Farias

sábado, 18 de junho de 2011

Praia de Majorlândia - Aracati

O acesso à Majorlândia se dá por via pavimentada.

Majorlândia é uma antiga aldeia de pescadores, localizada no município de Aracati, a cerca de 12 km da sede do município e a 6 km da vizinha Canoa Quebrada. A vila foi fundada, em 1937, pelo Major Bruno da Silva Figueiredo, daí o nome Majorlândia, uma referencia à Terra do Major.

Igreja de Santo Antonio

A praia de Majorlândia é considerada área urbana pela Lei n.º 15/80 do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de 1980. Sua principal vocação é o turismo e lazer que atende às camadas médias e altas do Estado, que buscam a área para instalar suas residências de veraneio. Este tipo de ocupação, com residências de alto padrão, instaladas em terrenos extensos, convive com uma ocupação mais densa composta por moradias  mais simples. Assim como em Canoa Quebrada, a ocupação desordenada afeta a geomorfologia da área provocando problemas de erosão e poluição.

 o que restou da falésia esta cercada , tornou-se propriedade particular em Majorlândia

As falésias são ecossistemas bastante frágeis:as imponentes escarpas que parecem firmes sobre o mar se desfazem em areia fina, a um toque. 

O patrimônio ambiental e a beleza da praia de Majorlândia, constituídos por falésias alaranjadas e coqueirais, vêm sendo apropriados por particulares, quando não são, simplesmente, eliminados da paisagem




Apesar da  demanda pelos turistas ser bem menos intensa do que em Canoa,  Majorlândia também conta com um número significativo de pousadas e hotéis, em torno de 30 estabelecimentos. 
O núcleo ainda possui seis restaurantes, 15 barracas, 10 bares, um posto de saúde, um posto telefônico, duas escolas de 1º grau, uma creche e um cemitério. Conta com energia elétrica, abastecimento d’água por rede pública e coleta de lixo, mas não há esgotamento sanitário. 


É a praia de Majorlândia o local de origem do artesanato com as areias coloridas, retiradas das falésias. O local também conta com inúmeros artesãos que confeccionam labirinto, um tipo de renda típica do Estado do Ceará. 




Majorlândia possui uma faixa larga e reta de areia com mar de ondas fortes. Suas formações rochosas de argila, tem uma tonalidade cinza. Na vila de pescadores há infra-estrutura razoável para o turista, incluindo esportes náuticos.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fim do Ciclo do Cangaço e dos Movimentos Messiânicos

No período da ditadura Vargas (1937-1945), episódios como a morte de Lampião em 1938 e de Corisco, dois anos depois, em 1940, a destruição da comunidade religiosa do Caldeirão, e a perda de poder  político do Padre Cícero, marcaram a derrocada do cangaço e dos movimentos messiânicos. 
sobreviventes do Sítio Caldeirão comunidade religiosa liderada pelo beato José Lourenço destruída por forças policiais, em 1937, no Crato - Ceará.
Essas formas de expressão de inconformismo sertanejos chegaram ao fim por vários motivos. Em primeiro lugar, devido a centralização de poder imposta por Getúlio, que não admitia núcleos de contestação à ordem e ao império da lei. 
Assim era inadmissível que um bando de cangaceiros continuassem a agir impunemente  ou que líderes religiosos desafiassem os ditames das autoridades e colocassem em xeque a estrutura socioeconômica. 
cangaceiros capturados e mortos por forças policiais, as chamadas "volantes" 
A repressão aos cangaceiros foi intensificada, os interventores promoveram campanhas de desarmamento nos sertões e puseram a premio a cabeça dos principais bandoleiros, ao mesmo tempo em que acenava com o perdão para quem depusesse as armas. 
O Estado exigia o monopólio do uso da violência, então os coronéis e seus jagunços também foram desarmados, alguns até foram presos.  Muitos coiteiros deixaram de colaborar com os cangaceiros para ajudar as volantes. 
Corisco, o Diabo Louro foi morto em 1940
Conta-se que Lampião e os demais chefes nos últimos tempos, tiveram enormes dificuldades para conseguir armas e munições, e as relações com seus fornecedores, tornaram-se puramente comerciais. 
Um segundo fator para o fim do cangaço e do messianismo foi o crescimento econômico brasileiro: a industrialização e a expansão do setor de serviços nos centros urbanos do Centro-Sul, o novo ciclo de extração da borracha na Amazônia, a abertura de novas frentes agrícolas no Sul e no Centro-Oeste. 
Com isso criava-se alternativa  de vida para os moradores do sertão.  Para o sertanejo inconformado, carente, perseguido ou apenas numa situação de miséria absoluta, havia agora uma opção menos traumática: migrar. A partir dos anos 1930, a emigração de nordestinos para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Amazonas, se intensificou, todos em busca de abastança, riqueza e melhores condições de vida. 
O censo realizado em 1950 mostrou a realidade das migrações: cerca de dois milhões de nordestinos –10% da população do Ceará,  mais de 13% da população do Piauí, mais de 15% da população da Bahia, 17% da população de Alagoas – tinha migrado.
 migrantes nordestinos. O deslocamento se dava a pé, de trem ou em caminhões pau-de-arara.
Não somente o Sul,  mas os próprios centros urbanos do Nordeste funcionaram como polo de atração das populações rurais, criando novos problemas para os centros urbanos. A maioria dos sertanejos não conseguiu realizar as expectativas, nem se inserir no mercado de trabalho. As cidades cresceram  desordenadamente, apareceram favelas, aumentou a violência, a mendicância, a prostituição, e os problemas ligados a moradia. 
No decênio entre 1940-1950, o êxodo rural possibilitou um aumento de 75% da população de Recife, 70% dos habitantes de Salvador e 62% dos moradores de Fortaleza, que passou de 180 mil habitantes em 1940, para 270 mil em 1950. 
Por fim, outro fator que contribuiu para a derrocada de fanáticos religiosos e cangaceiros, foi a evolução ainda que pequena, dos meios de comunicação e do transporte, que promoveu uma integração dos sertões nordestino com o resto do Brasil. 
patrulhas de combate ao cangaço
Contando com mais ferrovias e estradas, trens, automóveis e caminhões passaram a transitar intensamente, transformando as veredas do interior em rodovias largas e policiadas, onde o cangaço não poderia sobreviver. 
O resultado dessa nova realidade foi que os coronéis, impossibilitados de manter grupos armados para resolver suas disputas políticas ou pessoais, passaram a adotar a frieza e covardia dos denominados pistoleiros de aluguel. 
Estes indivíduos ao contrário de jagunços e cangaceiros – capazes de matar e morrer pelos seus chefes – agiam exclusivamente por dinheiro, onde existia até uma tabela de preços para homicídios, que variava de acordo com a importância da vítima.   

Fonte:
História do Ceará, de Airton de Farias

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A Criação da Vila de Aracati

 Avenida Coronel Alexandrino em data não especificada (acervo IBGE)


População: 69.159 habitantes (IBGE 2010)
Área do município: 1.247.301 Km²
densidade demográfica: 55,45 hab/km²
distância de Fortaleza: 149 km
localização: microrregião litoral de Aracati
Limites: Itaiçaba e Palhano, Beberibe e Estado do Rio Grande do Norte
Distritos 7: Aracati, Barreiras dos Vianas, Cabreiro, Córrego dos Fernandes, Jirau, Mata Fresca e Santa Teresa. 

Igreja Matriz eternizada em aquarela durante a expedição científica que visitou o Ceará entre 1859 e 1861, em busca de riquezas minerais. Os desenhos são de José dos Reis Carvalho, membro da expedição.


A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário hoje. A sua construção foi iniciada no início do século XVIII e concluída na segunda metade do século XIX.  Tombada pelo IPHAN  como monumento nacional. 

 altar mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário 
e o belíssimo cruzeiro

No início do século XVII, o capitão-mor Pero Coelho de Souza partiu da Paraíba para desalojar os franceses, estabelecidos no Maranhão. A expedição dividiu-se em dois grupos: enquanto um seguia diretamente para o rio Jaguaribe, o outro, sob a chefia do capitão-mor, atingia o mesmo ponto, por terra. 
Os indígenas da região, no entanto, estavam em hostilidades, o que obrigou o chefe da expedição a demorar-se ali, com o objetivo de pacificar o território; 
para isso, mandou  erguer um fortim, a que deu o nome de São Lourenço, por ser este o santo do dia - 10 de agosto de 1603. Tratando-se de local seguro para as embarcações, esse ponto veio a ser chamado São José do Porto dos Barcos sucessivamente, Cruz das Almas e Santa Cruz do Aracati.

Rua de Aracati em data não especificada (acervo IBGE)

Mais tarde, com a expulsão dos holandeses do Recife, colonos portugueses, pernambucanos e paraibanos instalaram-se na várzea do rio Jaguaribe. Com esse afluxo de imigrantes, começou a desenvolver-se o lugarejo, constituindo-se, de pronto, em centro de interesse comercial. 

 A Igreja de Nossa senhora dos Prazeres foi edificada pela Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pardos Livres. Seus estatutos foram confirmados pelo Imperador Dom Pedro II, em 17 de fevereiro de 1854. Sua última grande reforma aconteceu no período de 1930 a 1938, por iniciativa de Antônio Felismino Filho e Epifânio Giló... 

... também retratada por José dos Reis Carvalho em 1859

Os sertões cearenses foram conquistados em função do avanço da pecuária, a partir da segunda metade do século XVII e início do século seguinte. 
O desbravamento do sertão nordestino pelos colonos pecuaristas teria acontecido a partir de duas rotas: a do Sertão de Fora, dominada por pernambucanos, e a do Sertão de Dentro, controlada por baianos, que vinham pelo interior nordestino abrangendo a região que vai do médio São Francisco ao Rio Parnaíba, ocupando o sul da capitania cearense. 
Um dos fenômenos ligado ao avanço da pecuária no Ceará foi a formação de povoados e vilas. 

Um carro de boi para transporte de água para em frente ao Monumento Cruz das Almas (acervo IBGE - data não especificada)

Segundo a tradição o monumento está edificado no local onde foram enforcados os primeiros escravos condenados a morte. Os registros históricos não mencionam a data de sua construção, sabendo-se apenas que é muito antigo.

Ao longo do século XVIII, a expansão do gado correspondeu à criação de vilas em pontos diversos da capitania, como Icó (1738), Aracati (1748), Sobral (1773) e Quixeramobim (1789).  Na foz do rio Jaguaribe,  foram instaladas as primeiras charqueadas cearenses, no pequeno arraial de São José do Porto dos Barcos, hoje cidade de Aracati. 
Apesar da pouca profundidade do seu porto, este tinha  posição privilegiada, por estar mais próximo de Recife e Salvador. 

antigos casarões


 Aracati desenvolve-se bastante neste período, tornando-se já na metade do século XVIII o principal núcleo urbano do Ceará. Esse crescimento não se deu apenas em virtude do charque, mas também por causa da função de entreposto comercial que a localidade desempenhava como porta de entrada de produtos vindos de Pernambuco e de Portugal,  bem como ponto de exportação dos gêneros produzidos no vale do Jaguaribe. 

 Biblioteca Pública
 e outros casarões muito bem conservados

O eixo Icó/Aracati foi considerado um dos mais dinâmicos da economia cearense do século XVIII até a primeira metade do século XIX. Os navios que levavam o charque traziam produtos variados (tecidos, ferramentas, materiais de construção, móveis, etc),  e até escravos negros para Aracati. Aracati possuía uma grande população flutuante. Nas épocas de negócios, a localidade recebia muitos forasteiros, pessoas da capitania, de capitanias vizinhas e até estrangeiros. Não poucas vezes aconteciam rusgas, resolvidas à faca ou a tiros de bacamarte. 
A Igreja do Bonfim foi edificada em 1772. As duas torres foram construídas em 1854. Anexo à igreja, existe um cemitério localizado atrás do corpo da nave.
Igreja do Rosário dos Pretos, construída por escravos. Na enchente de 1974 a igreja sofreu grandes danos em razão de ali terem sido abrigadas inúmeras familias vítimas dos alagamentos. Voltou a funcionar em 1982, totalmente recuperada.
  
O crescimento de Aracati foi exteriorizado na sua arquitetura e no destaque social de seus habitantes. Era o pulmão da economia cearense e chegou a ser cogitada para sediar a administração da capitania. O progresso de Aracati e os interesses das autoridades portuguesas – conferir poder aos homens mais ricos do lugar, viabilizando através deles o controle sobre a população, o comércio e a captação de tributos, elevaram o povoado à categoria de vila em 10 de fevereiro de 1748, com a denominação de Vila Santa Cruz de
Aracati.


 Praça Dr. Leite  
  Sobrado do Barão de Aracati, todo revestido de azulejos portugueses. No local funciona o  Instituto do Museu Jaguaribano
Praça Dom Luiz
A Vila de Aracati virou Distrito com a denominação Santa Cruz de Aracati, por provisões de 12-09-1766 e 20-06-1780, e o Distrito foi elevado à categoria de cidade com a denominação de Aracati, pela provisão nº 244, de 25-10-1842.

Fonte:
História do Ceará, de Airton de Farias
IBGE
 Anuário do Ceara 2010
site Aracati Net

fotos:
Rodrigo Alboim
Fátima Garcia