Avenida Coronel Alexandrino em data não especificada (acervo IBGE)
População: 69.159 habitantes (IBGE 2010)
Área do município: 1.247.301 Km²
densidade demográfica: 55,45 hab/km²
distância de Fortaleza: 149 km
localização: microrregião litoral de Aracati
Limites: Itaiçaba e Palhano, Beberibe e Estado do Rio Grande do Norte
Distritos 7: Aracati, Barreiras dos Vianas, Cabreiro, Córrego dos Fernandes, Jirau, Mata Fresca e Santa Teresa.
Igreja Matriz eternizada em aquarela durante a expedição científica que visitou o Ceará entre 1859 e 1861, em busca de riquezas minerais. Os desenhos são de José dos Reis Carvalho, membro da expedição.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário hoje. A sua construção foi iniciada no início do século XVIII e concluída na segunda metade do século XIX. Tombada pelo IPHAN como monumento nacional.
altar mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário
e o belíssimo cruzeiro
No início do século XVII, o capitão-mor Pero Coelho de Souza partiu da Paraíba para desalojar os franceses, estabelecidos no Maranhão. A expedição dividiu-se em dois grupos: enquanto um seguia diretamente para o rio Jaguaribe, o outro, sob a chefia do capitão-mor, atingia o mesmo ponto, por terra.
Os indígenas da região, no entanto, estavam em hostilidades, o que obrigou o chefe da expedição a demorar-se ali, com o objetivo de pacificar o território;
para isso, mandou erguer um fortim, a que deu o nome de São Lourenço, por ser este o santo do dia - 10 de agosto de 1603. Tratando-se de local seguro para as embarcações, esse ponto veio a ser chamado São José do Porto dos Barcos sucessivamente, Cruz das Almas e Santa Cruz do Aracati.
Rua de Aracati em data não especificada (acervo IBGE)
Mais tarde, com a expulsão dos holandeses do Recife, colonos portugueses, pernambucanos e paraibanos instalaram-se na várzea do rio Jaguaribe. Com esse afluxo de imigrantes, começou a desenvolver-se o lugarejo, constituindo-se, de pronto, em centro de interesse comercial.
A Igreja de Nossa senhora dos Prazeres foi edificada pela Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pardos Livres. Seus estatutos foram confirmados pelo Imperador Dom Pedro II, em 17 de fevereiro de 1854. Sua última grande reforma aconteceu no período de 1930 a 1938, por iniciativa de Antônio Felismino Filho e Epifânio Giló...
... também retratada por José dos Reis Carvalho em 1859
Os sertões cearenses foram conquistados em função do avanço da pecuária, a partir da segunda metade do século XVII e início do século seguinte.
O desbravamento do sertão nordestino pelos colonos pecuaristas teria acontecido a partir de duas rotas: a do Sertão de Fora, dominada por pernambucanos, e a do Sertão de Dentro, controlada por baianos, que vinham pelo interior nordestino abrangendo a região que vai do médio São Francisco ao Rio Parnaíba, ocupando o sul da capitania cearense.
Um dos fenômenos ligado ao avanço da pecuária no Ceará foi a formação de povoados e vilas.
Um carro de boi para transporte de água para em frente ao Monumento Cruz das Almas (acervo IBGE - data não especificada)
Segundo a tradição o monumento está edificado no local onde foram enforcados os primeiros escravos condenados a morte. Os registros históricos não mencionam a data de sua construção, sabendo-se apenas que é muito antigo.
Ao longo do século XVIII, a expansão do gado correspondeu à criação de vilas em pontos diversos da capitania, como Icó (1738), Aracati (1748), Sobral (1773) e Quixeramobim (1789). Na foz do rio Jaguaribe, foram instaladas as primeiras charqueadas cearenses, no pequeno arraial de São José do Porto dos Barcos, hoje cidade de Aracati.
Apesar da pouca profundidade do seu porto, este tinha posição privilegiada, por estar mais próximo de Recife e Salvador.
antigos casarões
Aracati desenvolve-se bastante neste período, tornando-se já na metade do século XVIII o principal núcleo urbano do Ceará. Esse crescimento não se deu apenas em virtude do charque, mas também por causa da função de entreposto comercial que a localidade desempenhava como porta de entrada de produtos vindos de Pernambuco e de Portugal, bem como ponto de exportação dos gêneros produzidos no vale do Jaguaribe.
Biblioteca Pública
e outros casarões muito bem conservados
O eixo Icó/Aracati foi considerado um dos mais dinâmicos da economia cearense do século XVIII até a primeira metade do século XIX. Os navios que levavam o charque traziam produtos variados (tecidos, ferramentas, materiais de construção, móveis, etc), e até escravos negros para Aracati. Aracati possuía uma grande população flutuante. Nas épocas de negócios, a localidade recebia muitos forasteiros, pessoas da capitania, de capitanias vizinhas e até estrangeiros. Não poucas vezes aconteciam rusgas, resolvidas à faca ou a tiros de bacamarte.
A Igreja do Bonfim foi edificada em 1772. As duas torres foram construídas em 1854. Anexo à igreja, existe um cemitério localizado atrás do corpo da nave.
Igreja do Rosário dos Pretos, construída por escravos. Na enchente de 1974 a igreja sofreu grandes danos em razão de ali terem sido abrigadas inúmeras familias vítimas dos alagamentos. Voltou a funcionar em 1982, totalmente recuperada.
O crescimento de Aracati foi exteriorizado na sua arquitetura e no destaque social de seus habitantes. Era o pulmão da economia cearense e chegou a ser cogitada para sediar a administração da capitania. O progresso de Aracati e os interesses das autoridades portuguesas – conferir poder aos homens mais ricos do lugar, viabilizando através deles o controle sobre a população, o comércio e a captação de tributos, elevaram o povoado à categoria de vila em 10 de fevereiro de 1748, com a denominação de Vila Santa Cruz de
Aracati.
Praça Dr. Leite
Sobrado do Barão de Aracati, todo revestido de azulejos portugueses. No local funciona o Instituto do Museu Jaguaribano
Praça Dom Luiz
A Vila de Aracati virou Distrito com a denominação Santa Cruz de Aracati, por provisões de 12-09-1766 e 20-06-1780, e o Distrito foi elevado à categoria de cidade com a denominação de Aracati, pela provisão nº 244, de 25-10-1842.
Fonte:
História do Ceará, de Airton de Farias
IBGE
Aracati é linda, sua história, casarões,igrejas. Nunca entrei nas igrejas, as duas vezes que passei por lá, estavam fechadas. Agora vi as fotos dentro das igrejas, uma beleza.
ResponderExcluirAdorei tudo, fotos excelentes...
Lucia um grande abraço.Sou do Aracati e me orgulho muito e moro no Rio desde 1970 mas não esqueço minha santa terrinha.Sempre que vou a Fortaleza visito Aracati e lamento muito o abandono em que se encontra nossa cidade.Parece que as autoridades da nossa cidade principalmente os políticos não sentem vergonha por não fazerem nada para conservar pelo menos a história e cultura da nossa linda e querida Aracati.Fiquei muito orgulhoso vendo um programa de TV no domingo no qual Aracati ganhou um concurso.Obrigado pelo seu elogio a respeito da minha cidade.Fique com Deus.
ResponderExcluirLamentavelmente os anos passam e os politicos do Aracati nada fazem para trazer de volta o progresso para nossa cidade.Quando morei em Aracati,tinhamos industria do sal,do algodão,naval,cera de carnaùba,alem da pesca e a fábrica de tecidos do grupo Aldizio Pinheiro etc.Fico estupefato a cada ano que visito Aracati.Sua decadencia é notória e o povo não responde,fica na inercia e vota sempre nos mesmos politicos que só se locupletam.Alguns até tentam manter viva a cultura porem não encontram nas autoridades,apoio,incentivo.É uma vergonha o que estão fazendo com o Aracati
ResponderExcluirOlá Carlos Zaranza, é o que acontece em muitos municipios do Ceará, alguns lugares estão visivelmente regredindo, e a população não parece se dar conta do fato. Só tem uma maneira de reverter essa situação: pelo voto. É verdade que muitas vezes somos induzidos a erro não hora da escolha, o individuo faz um discurso progressista, moralista e na hora que assume é tão vigarista quanto os adversários. Parece que a desonestidade está na massa do sangue, faz parte do nosso DNA. Os primeiros exploradores que vieram para o Brasil (portugueses, holandeses, franceses,) não vinham fundar uma cidade ou se estabelecer com a familia; vinham para explorar os recursos e levar com eles o que pudessem, de volta p/sua terra natal. E é assim até hoje: os políticos ainda agem como nossos antepassados. É uma triste história, a nossa.
ExcluirFátima Garcia e Carlos Zaranza- importantes os seus comentários. Sou cearense de família originária de Aracati, Sobral e Camocim. Nos últimos dez anos tenho pesquisado e lido muito sobre minha terra. Os estudos de história, da geografia, da formação social precisam ser desenvolvidos em nosso país É preciso cultivar a Memória, o Patrimônio, o Meio Ambiente- Estes são fatores para a prática e o fortalecimento da cidadania. Obrigada Maria Luíza Saboia Saddi
ResponderExcluirsuper concordo com você Maria Luiza Saboia Saddi, precisamos conhecer a nossa história, só entendemos o presente se soubermos do passsado.
ResponderExcluirabs