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O dia 24 de março é o dia do aniversário do Padre Cícero Romão Batista, o patrono de Juazeiro do Norte, e de toda a região do Cariri.
Nascido no Crato, no ano de 1844, o padre está sendo festejado desde o último dia 18, quando teve inicio a semana de comemoração. A data tem também a marca especial do primeiro centenário de juazeiro. O tema da semana foi Juazeiro o Centenário, Terra de Oração e Trabalho.
Padre Cícero estudou no seminário da Prainha em Fortaleza, e foi ordenado sacerdote em 1870. No ano seguinte foi convidado por colegas para passar uns dias em Juazeiro, uma vez que a localidade estava sem celebrante residente.
A partir daí começou a história do padre e da futura cidade, uma história que mistura no mesmo caldeirão, fanatismo religioso, acusações de fraudes, milagres, proibições de exercer funções religiosas, perseguições, preconceitos, poder político, excomunhão, devoção.
Até hoje o milagre de Juazeiro gera polêmicas.
Para os devotos de padre Cícero, não pairam dúvidas sobre sua autenticidade. A Igreja o recusa fortemente.
Padre Cícero chegou a viajar para Roma, onde tentou recuperar suas funções na Igreja. Depois de uma longa espera, que durou nove meses, saiu a decisão do Santo Ofício: estavam mantidas as proibições de pregar, ministrar a confissão, aconselhar fiéis, etc. Mas lhe permitiram que voltasse para a sua cidade e – dependendo do bispo cearense – poderia voltar a celebrar missa, menos em Juazeiro.
Era uma tentativa para convencer o padre a sair da cidade, o que não aconteceu: Padre Cícero nunca abandonou o Juazeiro e a cidade nunca abandonou o Padre Cícero.
Nos últimos anos de vida o Padre vivia obcecado em recuperar os plenos poderes do sacerdócio, o que jamais conseguiu.
Oficialmente banido das hostes da Igreja Católica, que até hoje reluta em reabilitá-lo, a festa em comemoração ao 167° aniversário de nascimento, conta com a participação da igreja local, com missa e procissão em louvor ao santo de Juazeiro.
Para os milhões de fiéis devotos do Padre Cícero, provenientes de todo o Ceará e até de outros estados do Nordeste, que inundam Juazeiro nessas ocasiões, não parece fazer muita diferença a questão hamletiana – do ser ou não ser – que há anos atormenta a alta cúpula da Igreja Católica.
Para o povo nordestino, o Padim Padre Cícero é um Santo.
Vox populi, Vox Dei.
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