A Origem do município de Jaguaribara remonta ao final do Século XVII, quando se estabeleceram naquelas terras ermas, algumas fazendas destinada a criação de gado. Em 1694, devido a forte resistência dos índios, donos originais da terra, os fazendeiros foram obrigados a se retirarem para as proximidades de Fortaleza, voltando anos mais tarde após vencida a resistência indígena.
O povoado de Santa Rosa constituiu-se de um desdobramento desta área, a qual foi transferida, em 1786 por doação de um dos herdeiros, para o patrimônio da Igreja católica. Elevada a condição de Vila, Santa Rosa foi inicialmente distrito do município de Frade, posteriormente denominado de Jaguaretama.
Em 31 de outubro de 1824, o povoado foi marcado pelo mais importante embate verificado no Ceará, entre as tropas imperiais e os componentes da Confederação do Equador que lutavam por um Nordeste independente.
Deste embate, realizado as margens do Rio Jaguaribe, resultou a captura e o assassinato de Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, Presidente da Confederação do Estado do Ceará.
No ano de 1924, o Instituto Histórico do Ceará, ergueu no local denominado Alto dos Andrade, no Sítio Tapera, zona rural de Jaguaribara, um pequeno monumento ao herói.
Supostamente seus restos mortais foram sepultados na capela do povoado.
Jaguaribara foi distrito de Jaguaretama, até que a Lei de nº 3.550 de 9 de março de 1957, promoveu-o a município.
A denominação atual de Jaguaribara oficializou-se com o Decreto Lei nº 1.113 de 30 de dezembro de 1943, sendo uma referência a tribo tupi que habitava a região. Etimologicamente Jaguaribara significa Moradores do Rio das Onças.
A Nova Jaguaribara
A história de Jaguaribara começou a mudar em 1985, quando chegaram ao município, as primeiras notícias acerca da construção da barragem do Castanhão.
A população foi avisada de que haveria desapropriação de imóveis e retirada dos moradores para uma área mais alta, não atingida pela obra. O maior reservatório de água doce do Ceará, destinado à irrigação, iria inundar cerca de 2/3 (dois terços) de Jaguaribara, inclusive a antiga sede do município.
O processo de desapropriação e retirada gradativa dos moradores aconteceu sob protestos, grande resistência da população e de várias instituições, como a associação de moradores e a Igreja Católica, em razão da indefinição sobre as condições sociais e econômicas em que se dariam os reassentamentos.
A nova cidade começou a ser construída em 1997, e em julho de 2001, as famílias começam a deixar suas casas.
Inaugurada em 25 de setembro de 2001, a cidade de Nova Jaguaribara foi construída numa área de 300 hectares, e se tornou o primeiro município cearense a ser criado com uma estrutura toda planejada.
O Governo do Estado investiu R$ 70 milhões no projeto, que contemplou aos moradores da cidade antiga e do distrito de Poço Comprido, que também foi afetado pela construção da barragem do Castanhão.
A nova sede conta com réplicas da antiga, correspondentes à igreja matriz e a igreja do Poço Comprido. Foram deslocadas aproximadamente 3.600 pessoas da área urbana, além da população rural da área inundada e da área atingida pelas obras civis, o que implicou no deslocamento de cerca de 8.000 pessoas, residentes nos municípios de Jaguaribara, Jaguaretama, Alto Santo e Jaguaribe.
Passados quase 10 anos da histórica inauguração da nova cidade em 2001, a situação dos reassentados é bastante crítica:
403 famílias não possuem escritura pública das casas;
403 famílias não possuem escritura pública das casas;
42 lotes no Projeto Mandacaru, não podem ter financiamento bancário porque não foram legalizados, e assim, agricultores não conseguem plantar;
Proprietários de terras não receberam indenização, mas em alguns casos a indenização foi considerada paga.
Famílias de áreas atingidas pelas águas do Castanhão, não foram assentadas e ficam em situação de risco quando as comportas são abertas ;
centenas de famílias aguardam uma adutora prometida pelos governos Federal e do Estado, e passam sede, enquanto veem as águas do Castanhão passarem em frente das casas.
Se transformadas em dinheiro todas as pendências sociais desde a instalação do Complexo Castanhão somam cerca de R$ 6,9 milhões os recursos reclamados por mais de 400 famílias em mais de 15 anos desde o inicio da construção da barragem.
fotos: Sandra Nascimento
fontes:
Jornal Diário do Nordeste, de 11.12.2010
IBGE
Como é que pode? Quinze anos é muito tempo para se esperar uma vida digna. A cidade foi bem copiadinha,ficou bonita, parece que a felicidade reina para todos. E olha que lá tem Casa do Cidadão. Cadê, a CIDADANIA?
ResponderExcluirCara Lúcia Bezerra é importante sua pergunta e mais cadê a responsabilidade do estado brasileiro e do Ceará em resolver isso?? A vida do povo ja não é fácil e ainda dificultam???
ExcluirÉ verdade, esse desrespeito com a população já dura 15 anos e provavelmente ainda está longe de uma solução. Na hora de indenizar quem foi retirado - à força - do seu chão, de quem perdeu seu lar, suas referências, suas raízes - falta verba. Não entrou no orçamento. Alegam a tal de responsabilidade fiscal, que só existe p/essas horas. O que falta mesmo é vergonha na cara.
ResponderExcluirCara Fátima vc tem toda razão. A irresponsabilidade dos governos é inacreditável..
Excluirisso que voce falou tudo é verdade,já morei em jaguaribara
ResponderExcluirOlá Cintia,
Excluirobrigada pela visita e pelo seu comentário.
encontrei essa postagem graças a um dvd ki chego em minhas maos contado esa histora ainda n vi pois n me pertence mais fiuqie curioso e tbm onde moro esta preste a contecer isso o governo federal esta com planos para instalar uma hibroeletrica aki e meu grupo social juntamente com demais grupos do estado de Sergipe luta contra a instalação da hidro e de uma uzina nuclear tbm.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirtirar um povo de sua terra devido a um projeto político, qualquer que seja, não é correto! pois as pessoas que residiam em Jaquaribara tinham suas relações constituídas naquele local. agora, em Nova Jaquaribara há o aparecimento de drogas e diveros casos de depredação da cidade, pois não existe o sentimento de pertença do povo com o lugar que vivem. esta mudança também foi muito prejudicial aos mais velhos, que construíram sua história e a tiveram arrancada, ou melhor, afogada, e a nova cidade sofre com um grande número de casos de depressão dos idosos que tinham sua identidade ligada ao antigo local. não tem idenização que pague este prejuízo!
ResponderExcluirRenata vc tem toda razão e é uma pena que aqueles que deveriam pensar assim, não tem este bom senso. As pessoas sempre serão mais importantes que qualquer projeto. Embora eu reconheça a importância do açude para o estado do Ceará.
Excluirconcordo com você Renata, foi um duro golpe para os moradores de Jaguaribara.
ResponderExcluirTive o prazer de conhecer Nova Jaguaribara em 2011, onde uma turma de 6 motoqueiros, saímos daqui do interior do Rio Grande do Norte para conhecer Jaguaribara. Logo, me encantei pela história da cidade. Um projeto audacioso, e gigantesco, pois deslocar uma cidade inteira por conta de uma construção, é um desafio e tanto. Imagino o caos o o sentimento de depressão que tomou conta daquele local em 2001, quando a cidade inteira se mudava para a Nova Jaguaribara. Pessoas chorando, deixando suas casas, sua história, que foi afogada, como disse o comentário acima, e mudando para um local onde não se sabia ao certo o que aconteceria. Nova Jaguaribara é uma cidade praticamente deserta, não encontrei movimento comercial, tampouco pessoas nas praças, e ruas. Parecia uma cidade deserta, sem alegria, sem vida. Tudo muito espaçoso, organizado, muito linda a estrutura física da cidade, contudo, uma cidade "morta". É como se a alegria daqueles moradores tivessem ido embora juntamente com a antiga cidade. Porém, um projeto que trouxe água ao sertanejo, aqui no interior do RN, muitas cidades sofrem com a seca, onde cidades inteiras são abastecidas por carros-pipa, e creio que não devemos nos apegar a coisas materiais, no caso a antiga cidade. Mas sei o quanto algumas pessoas sofreram(e sofrem), por terem perdido suas casas, e não conviverem mais no antigo local onde nasceram.
ResponderExcluirTambém imagino como terá sido pra toda aquela gente se despedir assim do lugar onde nasceu, viveu e construiu suas vivências. Sempre penso que haveria outras soluções, outros locais para se construir o açude. Enfim, consummatum est. Com a seca que novamente se instalou por aqui, e a consequente redução do volume de água no Castanhão, dizem que a velha cidade está ressurgindo. Mais dor e mais saudade para os antigos moradores.
Excluirabraços e boas viagens na sua moto, Sao Fco do Oeste News
Pior Fátima que nem todos tiverem esse tempo de se despedir.
ResponderExcluirEu sinto muita tristeza n puder voltar mais nunca aquele pequeno lugarzinho ode fui uma criança mto feliz.Meu pequeno Poço Comprido.Minha comunidade que hj esta debaixo das aguas do maior açude do nordeste.
ResponderExcluirSaudades
ResponderExcluirGostaria de saber como faço para localizar um registro de nascimento feito aí em poço comprido jaguaribara
ResponderExcluirO cartório do poço comprido está funcionando na casa do cidadão no centro da cidade
ExcluirMoro em Pacajus Ceará
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