A Coluna Prestes foi um movimento encabeçado por líderes tenentistas, ocorrido entre os anos de 1925 a 1927. O movimento deslocou-se pelo interior do país pregando reformas políticas e sociais e combatendo o governo oligárquico do presidente Arthur Bernardes (1922 – 1926), que governou o País sob constante estado de sítio.
Em sua marcha pelo Brasil, os integrantes da Coluna Prestes denunciavam a miséria da população e a exploração das camadas mais pobres pelos líderes políticos.
O lider Luis Carlos Prestes
Sob o comando principal de Miguel Costa e de Luis Carlos Prestes, a Coluna enfrentou as tropas regulares do Exército ao lado de forças policiais dos vários Estados por onde passou, além de tropas de informais formadas por jagunços e outros “fora-da-lei”, que partiam para o confronto, estimulados por promessas oficiais de anistia.
Durante dois anos e meio a Coluna Prestes percorreu 25.000 km pelo interior do Brasil. Apesar dos esforços, não conseguiu sensibilizar a população que, influenciada pela propaganda oficial, temia a presença dos revolucionários em seu território. O que foi dito à população é que a Coluna era formada por um bando de desordeiros, marginais, que violentavam as mulheres, saqueavam e incendiavam as propriedades.
integrantes da Coluna Prestes
Por volta de 1925 rumores davam conta de que a Coluna Prestes se aproximava do Ceará. Diante disso, o governo federal encarregou o deputado federal Floro Bartolomeu de organizar a defesa do território cearense.
Em dezembro de 1925, Floro chegou a Juazeiro trazendo armas, munição e dinheiro para organizar os chamados “batalhões patrióticos”, cujos componentes eram jagunços enviados por latifundiários da zona sul cearense. Com a proximidade dos tenentes, vários núcleos urbanos se despovoaram tamanho era o pânico dos moradores.
Na realidade os revoltosos tentavam aproximar-se dos habitantes e assim angariar simpatizantes à causa, embora realmente confiscassem comida, montarias, munições e dinheiro, como contribuições que seriam devolvidas quando a revolução triunfasse.
Floro Bartomoleu e a tropa formada por jagunços
Boatos diziam que a Coluna estaria se dirigindo a Campos Sales, razão pela qual as forças governistas, junto com os ”batalhões patrióticos” de Floro, se estabeleceram naquela cidade. A Coluna Prestes atravessou rapidamente o Ceará, vinda do Piauí em direção à Pernambuco, onde pretendia unir-se a tenentes locais numa revolta programada para 1926, que acabou não acontecendo.
Na Serra da Ibiapaba, os revolucionários sofreram uma baixa importante: a captura do tenente cearense Juarez Távora por forças do governo.
Tenente Juarez Távora
imagem: http://colunamiguelcostaprestes.blogspot.com/2010/06/coluna-miguel-costa-prestes.html
Os tenentes entraram no Ceará, divididos em dois grupos:
o primeiro composto por apenas 132 homens sob o comando do capitão João Alberto entrou pela região norte em 13 de janeiro de 1926, dando a entender que ocuparia Sobral e Fortaleza. Na verdade a intenção era desviar a atenção das tropas repressoras, enquanto o segundo grupo, o grosso da Coluna, chegava tranquilamente pelo sul.
O batalhão de João Alberto deslocou-se rapidamente, passando por Ipu (ocupou a cidade sem nenhuma resistência, inclusive confiscando dinheiro e alimentos dos estabelecimentos comerciais), Nova Russas, Crateús (que os revolucionários não conseguiram ocupar, sendo mortos dois tenentes, num duro combate com as forças governistas), Ipueiras, Quiterianópolis e Arneiroz, onde se juntou ao resto da coluna comandada por Luis Carlos Prestes.
Este entrara no Ceará por um lugar chamado Boqueirão e havia passado ao largo de Campos Sales, trocando alguns tiros com os “batalhões” de Floro sem maiores conseqüências. Unida, a Coluna avançou sobre os sertões centrais, indo afinal para o Rio Grande do Norte.
A longa marcha da Coluna Prestes foi concluída na Bolívia, em 27 de fevereiro de 1927, sem cumprir seu principal objetivo: disseminar a revolução no Brasil.
pesquisa: História do Ceará, de Airton de Farias
wikipedia
Quando leio sobre Prestes, lembro-me de Leonel Brizola, de quem eu era "fanzoca" ardorosa. Sempre tive grande admiração pela vida do "Cavaleiro da Esperança", talvez porque o Brizola falava demais nele, era seu ídolo políico, como Brizola era o meu..rsrsrs.
ResponderExcluirA Coluna Prestes foi um movimento tão importante quanto foi a de seu líder.
O Ceará foi palco de muitas histórias revolucionárias e como é importante esta divulgação!
o Ceará tem muitas histórias p/contar, Lúcia
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