imagem do site: O Cariri ligado nas notícias
O
hasteamento da bandeira é o marco de abertura da festa que a cada ano assume
maiores proporções, atraindo milhares de visitantes. Nessa ocasião congregam-se
todas as classes sociais, partidos políticos, ritos e crenças em torno do
grande acontecimento.
O Pau da Bandeira em homenagem ao padroeiro Santo Antônio, é a principal festa
popular da cidade de Barbalha. Tem início no último domingo de maio e se
encerra no dia 13 de junho. É uma tradição secular, de meados do século XIX,
desde os tempos em Barbalha era ainda uma vila.
O mastro ou “Pau da Bandeira” como é popularmente chamado, é retirado do Sítio São Joaquim, doado pela família Teles desde 1928, e a cada ano, utiliza-se uma nova madeira, nunca inferior a 20m.
A
tarefa de escolha, tratamento e transporte do pau é feita pelo Capitão da
Bandeira e sua equipe que são os responsáveis pelo sucesso da festa. O capitão
da bandeira deverá ser pessoa de grande responsabilidade, discernimento, conhecedor da região, e
principalmente, responsável pela população local. É ele quem escolhe o tronco a
ser cortado e organiza os carregadores, por tamanho e força física, ao longo do
madeiro para iniciar o trajeto.
No
Domingo que antecede o grande dia é escolhido o tronco que deverá ser reto e
uniforme e de boa madeira, pois após a festa é leiloado ou vendido às serrarias
locais. O tronco é cortado, descascado e bento pelo vigário local. Quando está
pronto para ser utilizado é retirado da “cama” e levado para a margem da
estrada a uns 7 ou 8 km do centro da cidade.
Na madrugada, grande parte dos carregadores do pau iniciam a festa no próprio local, com comidas e bebidas e, por volta do meio-dia iniciam o traslado com uma média de 80 a 90 homens que carregam ao ombro o grande madeiro.
Na madrugada, grande parte dos carregadores do pau iniciam a festa no próprio local, com comidas e bebidas e, por volta do meio-dia iniciam o traslado com uma média de 80 a 90 homens que carregam ao ombro o grande madeiro.
imagem Diário do Nordeste
O
“Pau do santo” como também é chamado, entra na cidade à tardinha, acompanhado
pelos devotos, visitantes e a população em geral. Acompanham o cortejo bandas
Cabaçais, penitentes, quadrilhas juninas, lapinhas e reisados. Um carro andor
abre o cortejo ao som da banda de música que executa o hino de Barbalha e os
Hinos de Santo Antônio.
São pessoas de várias camadas sociais da cidade. Durante
o trajeto muita gente se reúne ao cortejo, que ao chegar na cidade já conta com
mais de 200 carregadores. Há um misto de religioso e profano. As mulheres
procuram sentar no Pau ou tirar-lhe as lascas para fazer chá em busca de um
casamento, e os homens, para aumentar-lhe a força física; todos bebem a tradicional
“Cachaça do Vigário” que vai numa carroça pipa por toda a caminhada.
A procissão segue pelas principais ruas da cidade até a Igreja matriz onde é feito o hasteamento. A bandeira de Santo Antônio é atada à ponta do mastro e inicia-se a perigosa tarefa de erguer o pau, que ainda é feita de forma bem rudimentar, com tesouras de madeira e cabos. Alguém sobe no mastro, dá vivas ao santo e a partir desse momento iniciam-se os festejos litúrgicos e profanos que só serão encerrados no dia 13 de junho com grande procissão e missa de encerramento na Igreja Matriz.
Durante
as festividades religiosas, quando ocorrem as novenas, bandas de músicas abrem
os dias com alvoradas. A praça principal é cercada de barracas com comidas e
bebidas típicas, jogos, parques de diversões e o tradicional pau-de-sebo. No centro
da praça é erguido um palco para os espetáculos diários de grupos artísticos e
folclóricos da região.
Extraído
do livro
O Ceará nos Anos 90 –
Censo Cultural
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