foto do site: http://forquilhaportaldenoticias.blogspot.com.br/2
Situado à margem esquerda do Rio Acaraú, o núcleo urbano de
Sobral tem suas origens no começo do século XVIII, em torno da sede da fazenda
Caiçara, de propriedade de Antônio Rodrigues Magalhães, localizada estrategicamente
num movimentado cruzamento dos caminhos
que cortavam a capitania – Estrada das Boiadas e Estrada da Caiçara.
As excelentes condições de clima, a fertilidade do solo e o
espírito liberal desse mesmo Antônio Rodrigues Magalhães contribuíram para que
se desenvolvesse no local um povoado que se tornou o mais populoso dentre os seus
vizinhos.
Igreja de N.S. da Conceição, a padroeira de Sobral
(foto: http://sobralnahistoria.blogspot.com.br)
No Brasil colônia, muitos povoados surgiram ou cresceram em
torno de igrejas. Em 1742, iniciou-se no povoado que se formava em torno da
Fazenda Caiçara a construção de um templo – Igreja de N.S. da Conceição – para o
que foi de vital importância a ação do padre João de Matos Monteiro (Padre
Matinhos). Criou-se assim um ciclo de crescimento socioeconômico: a igreja
atraía os fiéis e novos moradores, aumentando a população, o que por sua vez,
estimulava ainda mais o comércio e outras atividades.
De início, as boiadas sobralenses, da mesma maneira que as
demais regiões cearenses, eram levadas por terra para os mercados consumidores
da zona da mata nordestina. Depois, porém, os sobralenses também aderiram à técnica
e aos lucros das charqueadas, ocupando o segundo lugar nas exportações da
capitania.
cidade de Sobral (IBGE)
centro de Sobral (IBGE)
Logo, os ricos de Sobral verificaram as vantagens de montar suas
industrias de abate próximo aos embarcadouros, e com isso, transferiram as
indústrias para o porto de Acaraú, que a partir de então, desenvolveu-se com o
nome de Oficinas.
Ponte Otto de Alencar, sobre o rio Acaraú (foto: site do Ministério dos Transportes)
Sobral funcionava como entreposto exportador da produção do
norte cearense e até do Piauí, como centro importador e distribuidor de gêneros
para aquelas áreas. A saída e a chegada dos produtos, no caso, se realizavam pelo
Porto de Acaraú, que dessa forma, conheceu certa prosperidade também. Conta-se
que era intenso o intercâmbio entre Sobral e Acaraú, a ponto de, nos períodos
de safra, existir ano no qual trafegavam entre os dois núcleos até 900 carros
de bois, cheios de carne, couros e solas.
As sumacas que levavam os produtos do porto de Acaraú
regressavam trazendo as grandes novidades em pratarias, porcelanas, cristais,
móveis de jacarandá, escravos e materiais de construção. No século XIX, com a
construção da ferrovia, Camocim ocupou o lugar de Acaraú na parceria com
Sobral.
Estação Ferroviária de Sobral, em 1956
(foto:http://www.estacoesferroviarias.com.br)
O povoado seria elevado à condição de vila em 1773, com o nome
de Vila Distinta e Real de Sobral. Por
lei provincial n.º 229, de 12-I-1841, a vila tomou foros de cidade com a
denominação de Fidelíssima Cidade Januária de Acaraú, sendo que a designação
Januária seria uma homenagem a Princesa Januária, irmã do Imperador D. Pedro
II.
A denominação definitiva atual deve-se a Lei provincial n.º
244, de 25-X-1842. O nome Sobral – atribui-se a Carneiro de Sá, ouvidor do
Ceará, português, oriundo do Distrito de Sobral, pertencente à Freguesia de
Vizeu, ao norte de Portugal.
Em divisão territorial datada de 2005, o município é
constituído de 13 distritos: Sobral, Aprazível, Aracatiaçu, Bonfim, Caioca,
Caracará, Jaibaras, Jordão, Patos, Rafael Arruda, Patriarca, São José do Torto
e Taperuaba.
Fonte:
História do Ceará, de Airton de Farias
IBGE
Muito boa essa matéria
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