Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo, nasceu em 24 de
julho de 1787, em Riacho Guimarães, município de Sobral, Ceará. Ordenou-se padre
no Seminário de Olinda em 1802 e exerceu o sacerdócio em várias cidades do Ceará.
Em 1821 elegeu-se vereador, foi diretor e redator do primeiro jornal do Ceará –
o Diário do Governo do Ceará – veículo de divulgação dos ideais republicanos.
Preso em Fortaleza e condenado à morte por enforcamento,
teve que ser fuzilado porque nenhum preso aceitou ser o seu carrasco. Foi
executado no Passeio Público, em Fortaleza, em 30 de abril de 1825.
Feliciano José da Silva nasceu em Minas Gerais, radicou-se
no Ceará a partir de 1820 como escriturário no governo de Francisco Alberto
Robin. Foi condenado à morte por sua participação na Confederação do Equador,
ao lado do Padre Mororó e outros. Fuzilado em 28 de maio de 1825, resistiu aos
primeiros disparos, soltou-se das amarras e ficou rodopiando pela praça, até
que as armas fossem recarregadas.
Capitão-mor comandante das forças militares na região do
Cariri, participou de todos os movimentos militares desde a Revolução de 1817,
quando prendeu a família Alencar – da qual era amigo – e enviou para Fortaleza
Dona Bárbara de Alencar, sua comadre, o diácono José Martiniano de Alencar e
Tristão Gonçalves. Fez a Independência do Brasil no Ceará em 23 de janeiro de
1823, instalando o Governo provisório por ele presidido. Em 14 de abril chega a
Fortaleza o novo Presidente que toma posse às escondidas sendo deposto em pouco
tempo, quando assume Tristão Gonçalves. Na Confederação do Equador foi o
Comandante Geral das tropas revolucionárias. Foi preso em Exu em 8 de novembro
de 1824, entregando-se ao capitão Reinaldo Araújo Bezerra. Era filho de João
Quesado Filgueiras Lima e Maria Pereira de Castro. Nasceu na Bahia em 1803,
vindo para o Ceará em 1808, morar no Sítio Santana, próximo à Barbalha. Era um
homem rude, de extrema força física e respeitado por toda a população do
Cariri.
Bárbara de Alencar
Placa na entrada da cela de Bárbara de Alencar, no forte de N.S. da Assunção |
prisão no forte de N.S. da Assunção onde Bárbara de Alencar cumpriu parte da pena |
Nasceu em fevereiro de 1760 em Cabrobó – Pernambuco, casada
com o comerciante português João Gonçalves dos Santos. Heroína nacional foi a
primeira mulher a ser presa política no Brasil e primeira republicana. Em 1817,
frustrada a Revolução Pernambucana e o levante do Crato, foi aprisionada e trazida
para Fortaleza juntamente com os filhos Tristão Gonçalves, José Martiniano de
Alencar e Padre Carlos José. Em 1818 foram mandados para a prisão da Fortaleza
das 5 Pontas em Pernambuco, e de lá para o presídio da relação, em Salvador. Em
1821 foram postos em liberdade, retornando ao Ceará. Bárbara de Alencar faleceu
na Fazenda Touro, limites com o Piauí em 1832 e foi sepultada na Capela do Poço
das Pedras, freguesia de Araripe.
Antônia Alves Feitosa nasceu em 8 de março de 1848, em Brejo
Seco – Inhamuns. Filha de Semeão Bispo de Oliveira ou Maximiano Bispo de
Oliveira (existe registro dos dois nomes) e Maria Alves Feitosa, família que
manteve um conflito histórico com a Família Monte. Aos 12 anos perdeu a mãe,
indo morar com o tio Rogério em Jaicós,
Piauí. Deixando a casa do tio em segredo, acompanhou os voluntários que iam
para Teresina, lutar na Guerra do Paraguai. Apresentou-se vestida de soldado,
sendo aceita mesmo depois de descoberto o disfarce. Em 9 de julho de 1865
assentou praça e recebeu as divisas de 1° sargento. Usava um saiote por cima da
farda. Fez campanha para reunir mais voluntários e por onde passava na viagem
para o Rio de janeiro, era muito aplaudida. Chegando ao Rio de Janeiro, o Ministério da Guerra
vetou sua participação no corpo da tropa, oferecendo-lhe um lugar junto às
outras mulheres, o que não foi aceito.
Com isso, ficou profundamente desgostosa, vindo a falecer no
Rio de Janeiro aos 19 anos de idade. Jovita cometeu suicídio quando soube que o
engenheiro Guilherme Noot, com o qual vivia, havia regressado ao seu país, sem
lhe comunicar. O nome Jovita era um apelido caseiro.
Costa Barros
Palácio da Luz residência oficial dos governadores do Ceará até os anos 70 |
antigo prédio da Assembleia Provincial em Fortaleza (foto jornal O Nordeste) |
Foi nomeado primeiro presidente da Província do Ceará, chegando a Fortaleza em 14 de abril de 1824, tomando posse no dia 17. No dia 19 é deposto por Tristão Gonçalves e Pereira Filgueiras, seguindo para o Rio de janeiro com João Facundo e outros conservadores. Em 17 de dezembro retorna e reassume o governo, ficando no cargo até 13 de janeiro de 1825 quando segue para o Maranhão por ter sido nomeado presidente daquela província. Em 1826 foi eleito Senador pelo Ceará. Faleceu a 20 de outubro de 1839, sendo sepultado na Igreja de Santa Cruz dos militares, no Rio de Janeiro.
fotos do Arquivo Nirez
fonte dos dados: Caminhando por Fortaleza, de Francisco Benedito
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