domingo, 30 de dezembro de 2012

Alguns Personagens da História do Ceará


Padre Mororó


Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo, nasceu em 24 de julho de 1787, em Riacho Guimarães,  município de Sobral, Ceará. Ordenou-se padre no Seminário de Olinda em 1802 e exerceu o sacerdócio em várias cidades do Ceará. Em 1821 elegeu-se vereador, foi diretor e redator do primeiro jornal do Ceará – o Diário do Governo do Ceará – veículo de divulgação dos ideais republicanos.
Preso em Fortaleza e condenado à morte por enforcamento, teve que ser fuzilado porque nenhum preso aceitou ser o seu carrasco. Foi executado no Passeio Público, em Fortaleza, em 30 de abril de 1825. 

Carapinima

Passeio Público

Feliciano José da Silva nasceu em Minas Gerais, radicou-se no Ceará a partir de 1820 como escriturário no governo de Francisco Alberto Robin. Foi condenado à morte por sua participação na Confederação do Equador, ao lado do Padre Mororó e outros. Fuzilado em 28 de maio de 1825, resistiu aos primeiros disparos, soltou-se das amarras e ficou rodopiando pela praça, até que as armas fossem recarregadas.


Pereira Filgueiras

Casa do Governador das Armas do Ceará, em 1824

Capitão-mor comandante das forças militares na região do Cariri, participou de todos os movimentos militares desde a Revolução de 1817, quando prendeu a família Alencar – da qual era amigo – e enviou para Fortaleza Dona Bárbara de Alencar, sua comadre, o diácono José Martiniano de Alencar e Tristão Gonçalves. Fez a Independência do Brasil no Ceará em 23 de janeiro de 1823, instalando o Governo provisório por ele presidido. Em 14 de abril chega a Fortaleza o novo Presidente que toma posse às escondidas sendo deposto em pouco tempo, quando assume Tristão Gonçalves. Na Confederação do Equador foi o Comandante Geral das tropas revolucionárias. Foi preso em Exu em 8 de novembro de 1824, entregando-se ao capitão Reinaldo Araújo Bezerra. Era filho de João Quesado Filgueiras Lima e Maria Pereira de Castro. Nasceu na Bahia em 1803, vindo para o Ceará em 1808, morar no Sítio Santana, próximo à Barbalha. Era um homem rude, de extrema força física e respeitado por toda a população do Cariri.


Bárbara de Alencar
Placa na entrada da cela de Bárbara de Alencar, no forte de N.S. da Assunção
 
prisão no forte de N.S. da Assunção onde Bárbara de Alencar cumpriu parte da pena

Nasceu em fevereiro de 1760 em Cabrobó – Pernambuco, casada com o comerciante português João Gonçalves dos Santos. Heroína nacional foi a primeira mulher a ser presa política no Brasil e primeira republicana. Em 1817, frustrada a Revolução Pernambucana e o levante do Crato, foi aprisionada e trazida para Fortaleza juntamente com os filhos Tristão Gonçalves, José Martiniano de Alencar e Padre Carlos José. Em 1818 foram mandados para a prisão da Fortaleza das 5 Pontas em Pernambuco, e de lá para o presídio da relação, em Salvador. Em 1821 foram postos em liberdade, retornando ao Ceará. Bárbara de Alencar faleceu na Fazenda Touro, limites com o Piauí em 1832 e foi sepultada na Capela do Poço das Pedras, freguesia de Araripe.


Jovita Feitosa

Antônia Alves Feitosa nasceu em 8 de março de 1848, em Brejo Seco – Inhamuns. Filha de Semeão Bispo de Oliveira ou Maximiano Bispo de Oliveira (existe registro dos dois nomes) e Maria Alves Feitosa, família que manteve um conflito histórico com a Família Monte. Aos 12 anos perdeu a mãe, indo morar com o tio Rogério em  Jaicós, Piauí. Deixando a casa do tio em segredo, acompanhou os voluntários que iam para Teresina, lutar na Guerra do Paraguai. Apresentou-se vestida de soldado, sendo aceita mesmo depois de descoberto o disfarce. Em 9 de julho de 1865 assentou praça e recebeu as divisas de 1° sargento. Usava um saiote por cima da farda. Fez campanha para reunir mais voluntários e por onde passava na viagem para o Rio de janeiro, era muito aplaudida. Chegando  ao Rio de Janeiro, o Ministério da Guerra vetou sua participação no corpo da tropa, oferecendo-lhe um lugar junto às outras mulheres, o que não foi aceito.
Com isso, ficou profundamente desgostosa, vindo a falecer no Rio de Janeiro aos 19 anos de idade. Jovita cometeu suicídio quando soube que o engenheiro Guilherme Noot, com o qual vivia, havia regressado ao seu país, sem lhe comunicar. O nome Jovita era um apelido caseiro.


Costa Barros
Palácio da Luz residência oficial dos governadores do Ceará até os anos 70
Pedro José da Costa Barros nasceu em Aracati, em 7 de outubro de 1779, filho do português Pedro José da Costa Barros e da pernambucana Antônia de Souza Braga. Em 1803 alistou-se no Exército de Portugal. No mesmo ano foi promovido a cabo. Em 1811 já era sargento-mor comandante do 1° Batalhão do Regimento de Infantaria de Milícias do Ceará. Em 1821 participou da Assembleia Constituinte. 

antigo prédio da Assembleia Provincial em Fortaleza (foto jornal O Nordeste)

Foi nomeado primeiro presidente da Província do Ceará, chegando a Fortaleza em 14 de abril de 1824, tomando posse no dia 17. No dia 19 é deposto por Tristão Gonçalves e Pereira Filgueiras, seguindo para o Rio de janeiro com João Facundo e outros conservadores. Em 17 de dezembro retorna e reassume o governo, ficando no cargo até 13 de janeiro de 1825 quando segue para o Maranhão por ter sido nomeado presidente daquela província. Em 1826 foi eleito Senador pelo Ceará. Faleceu a 20 de outubro de 1839, sendo sepultado na Igreja de Santa Cruz dos militares, no Rio de Janeiro.  

fotos do Arquivo Nirez
fonte dos dados: Caminhando por Fortaleza, de Francisco Benedito 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário