Thomaz Pompeu de Souza Brasil (1818-1877) mais conhecido
como Senador Pompeu, destacou-se pela inteligência e cultura, no exercício de
várias atividades: professor, bacharel em Direito, escritor, político,
orador. Fundador e primeiro diretor do
Liceu do Ceará. Estabelecimento de ensino que serviu de base cultural para
várias gerações de personalidades importantes do Ceará. Motivou através da
análise social e de estudos específicos, o aprimoramento intelectual. Graças a seus esforços, o Liceu tornou-se núcleo
gerador de futuros estudiosos, atraindo até mesmo estudantes de outras províncias.
A primeira providência de Pompeu depois de assumir as
funções no Liceu, como Inspetor-Geral da Instrução, foi fazer uma longa
excursão pelo interior do estado, visitando as escolas primárias existentes nas
diversas localidades da província.
Ao regressar do sertão, apresentou ao presidente, longo
relatório no qual ressaltou as condições precárias daquele estabelecimento de
ensino, sugerindo ao mesmo tempo uma indispensável reforma do sistema escolar
dominante. Acentuava que a simples
escola de instrução, transmitindo apenas noções imperfeitas de cálculos,
leituras e escrita, como vinha ocorrendo nas escolas primárias daquele tempo,
estavam longe de atingir o ideal de verdadeira escola popular.
Para Thomaz Pompeu, a escola deveria instruir, preparar o aluno,
despertando-lhe as aptidões para o exercício de uma profissão útil no meio em
que vivia. Achava o futuro senador do Império que o ponto básico da reforma
estava antes de tudo, na preparação profissional do mestre, o qual a par de
novos conhecimentos deveria possuir também condições para fazer da escola
primária, estática e monótona, uma escola de trabalho, de atividades
pré-vocacionais, que transformasse o estudante num homem do futuro, adestrado
para viver e vencer no seu meio.
Mas Pompeu não se restringiu apenas aos assuntos
educacionais. Em 1864, na tribuna do Senado, falava sobre a defesa dos recursos
naturais, exigindo a preservação das florestas, como também a construção de
açudes para se vencer as consequências climáticas. Tal pronunciamento foi feito
alguns anos antes da terrível seca de 1877 que se abateu sobre o Ceará,
provocando a morte de milhares de sertanejos.
Entre seus trabalhos publicados destacam-se: Compêndio de
Geografia Geral (1857); Memória sobre o
Clima e secas no Ceará (1877);
Sistema ou
Configuração Orográfica do Ceará (1877), além de outros importantes estudos que
servem até hoje como fontes de pesquisas.
Sede da Via-Férrea de Baturité, na atual Praça Castro Carrera, antigo Campo da Amélia (arquivo Nirez)
O Senador
Pompeu participou da organização e criação da Companhia Cearense Via-Férrea de Baturité,
em 1870, destinada à construção da estrada de ferro que se estenderia, muitos
anos depois, até a cidade do Crato. Os maiores acionistas, além de Pompeu,
foram os barões de Ibiapaba e Aquiraz, além de José Pompeu de Albuquerque Cavalcante
e Henrique Brockehurst.
Estação Ferroviária de Maracanaú
Os trabalhos
de construção do leito da estrada tiveram inicio no dia 20 de janeiro de 1872,
pelo empreiteiro Jerônimo Luiz Ribeiro. Em novembro do ano seguinte, era
iniciado o tráfego da estrada, com a inauguração da Estação de Arronches (atual
Parangaba), e em 14 de janeiro de 1875, foi inaugurada a estação de Maracanaú. Foi a última festa que contou com a presença
do Senador Pompeu. A Estrada de Ferro de Baturité foi a primeira a ser
construída na província.
Thomaz
Pompeu de Souza Brasil nasceu em Santa Quitéria, Ceará, a 6 de junho de 1818,
filho do capitão de milícias Thomaz de Aquino de Souza. Aos dezesseis anos de
idade foi para Sobral, estudar Latim com o tio Gregório Francisco Torres e
Vasconcelos. Interessou-se pelos estudos, pois a família queria que seguisse a
vida sacerdotal. Em 1841, recebeu as ordens sacras no Seminário de Olinda. Dois
anos depois bacharelou-se em direito.
Em 1844,
candidatou-se a deputado, sem conseguir ser eleito. É bem sucedido em 1846,
logo se destacando no Partido Liberal, sendo depois seu grande líder no
Nordeste. Nas eleições gerais para a
Câmara Geral em 1845, fica como primeiro suplente do padre José da Costa
Barros, assumindo o cargo no ano seguinte com a morte do titular. Ao mesmo tempo, Pompeu dirige o Liceu do Ceará.
Thomaz
Pompeu projetou-se também no jornalismo, principalmente no “O Cearense”,
dirigido por Tristão de Alencar Araripe (Conselheiro Tristão) e Frederico
Augusto Pamplona. Com a saída dos diretores para ocupar cargos públicos, Pompeu
assumiu o jornal, que serviu para projetar suas ideias políticas.
Faleceu em 2
de setembro de 1877, aos 59 anos de idade, em consequência de uma lesão cardíaca
de que era portador. Até seu
falecimento, Pompeu residiu na Rua Senador Pompeu (que à época era a Rua Amélia),
n° 98, vendida pelos herdeiros para nela se instalar a Padaria Palmeira. Em
1896, em homenagem ao ilustre político, a povoação de Humaitá passou a
denominar-se Senador Pompeu, que em 1901, passou a categoria de cidade.
Thomaz
Pompeu foi sem dúvida, um dos políticos mais atuantes de sua época.
extraído do livro
A história do Ceará passa por esta rua,
de Rogaciano Leite Filho
Olá Fátima,
ResponderExcluirdescobri seu blog e adorei. Peço autorização para utilizar em meu blog, informações postadas por você sobre COCOCI-UMA CIDADE FANTASMA.
Abraços-Rui
Ah! visite meu blog também.
Fique à vontade, Rui. Use o que quiser, o quanto quiser.
ResponderExcluirabs
Boa noite Fátima, Gostaria de lhe pedir permissão para reproduzir esta matéria, direcionando para lerem em seu blog. Moro em Senador Pompeu, nasci em São Paulo SP, criado com avós e hoje faço rádio, gosto do jornalismo e de lutar pelas causas sociais. Visite também meu blog: http://blogdowalterlima.blogspot.com.br/
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