Primeiro surgiu o Porto das
Jangadas, um pedaço do litoral com grande concentração dessas frágeis
embarcações que proviam o sustento de famílias da beira da praia. Depois virou
a Praia do Peixe, que começou a ganhar importância a partir dos anos 20, com o
início da construção de casas de veraneio, sinalizando o início da mudança que
estava por vir. Então, por volta da metade da década, foi proposta uma mudança
de nome que passaria a ser chamada de Praia de Iracema, em homenagem à índia
Iracema, heroína do romance indianista, criação do escritor José de Alencar. A
mudança foi aprovada por votação, com ampla maioria.
O nome ampliado para o
bairro, ganhou algumas ruas com nomes indígenas, em homenagem às inúmeras
nações que habitaram as terras do Ceará e do Nordeste.
Não se sabe ao certo quantos povos nativos habitavam o Ceará quando da chegada dos primeiros conquistadores. Deviam ser numerosos, sobretudo porque nativos de capitanias vizinhas fugiram para esta capitania em busca de refúgio, uma vez que o Ceará foi uma das últimas áreas do atual Nordeste a ser conquistada pelos colonos nos séculos XVII e XVIII. Quando Pero Coelho alcançou atingiu a Ibiapaba em 1603, encontrou cerca de 70 aldeias indígenas. Denominação de algumas nações indígenas, lembradas nas vias da Praia de Iracema.
Rua dos Ararius está
localizada entre as ruas Gonçalves Ledo e historiador Guarino Alves. Por volta
de 1700, os Ararius viviam no alto vale do rio Acaraú, próximo a suas
nascentes, na região da serra da Ibiapaba.
Rua dos Cariris está
localizada entre a Rua dos Tremembés e a avenida Almirante Tamandaré. Os povos
Cariris tiveram participação marcante na “Guerra dos Bárbaros”. Habitavam o sul
do Ceará e o sertão pernambucano.
A Guerra dos Bárbaros foi
um conflito iniciado por volta de 1680, para combater o avanço dos colonos
pecuaristas sobre as terras, escravizando e expulsando os povos nativos. As
tribos indígenas do Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Paraíba e Piauí se
uniram numa grande aliança para enfrentar os invasores. A guerra durou quase 50
anos, se prolongando das últimas décadas do século XVII até a segunda década do
século seguinte.
Rua dos Guanacés – fica
entre as ruas dos Ararius e dos Tremembés. Os Guanacés eram indígenas que se
estabeleceram nas proximidades do município de Horizonte.
Rua dos Potiguaras se
encontra entre as ruas dos Tabajaras e Groaíras. Eram indígenas que no século
XVI habitavam a região costeira situada entre a foz dos rios Jaguaribe e
Paraíba do Norte, que compreende os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e
Paraíba.
Rua dos Tabajaras está
situada entre o mar e a rua dos Potiguaras. Os Tabajaras viviam na Serra da
Ibiapaba e deram boa acolhida aos missionários portugueses na época da
colonização.
Rua Tijipió fica entre a
avenida Almirante Barroso e a rua Dragão do Mar. A tribo Tijipió povoava o
Estado de Pernambuco.
Rua dos Tremembés está
localizada entre as ruas dos Guanacés e dos Cariris. Os Tremembés habitavam a região que hoje
corresponde aos municípios de Acaraú, Itarema e Itapipoca, dentre os quais o
distrito de Almofala, em Itarema, é o mais conhecido.
Travessa Tupi está situada
entre as ruas Historiador Guarino Alves e Tomás Lopes. É uma homenagem ao
tronco linguístico ameríndio, formado pelos povos Tupi-Guarani, Mondukuru,
Juruna, Arikén, Tupari, Romarâma e Mundé. No início da colonização europeia na
América do Sul, os nativos pertencentes a esse tronco ocupavam vasto
território, desde o rio Amazonas até o rio da Prata.
Fontes:
A Praia de Iracema dos anos
50/Jaildon Correia Barbosa/Fortaleza: Premius/2010
História do Ceará/Airton de
Farias/Fortaleza: Edições Livro Técnico/2009.