domingo, 20 de outubro de 2013

Literatura de Cordel

A literatura de cordel é assim chamada devido a forma como os folhetos são vendidos, pendurados em barbantes.  São mais comuns em cidades do interior, principalmente do Nordeste brasileiro

Apesar das novas e sofisticadas tecnologias de comunicação, o povo no Ceará ainda dá mais crédito e um bom folheto de versos, Literatura de Cordel, como chamam os estudiosos. Narrações metrificadas e rimadas, tendo por tema histórias de amor e heroísmo, crônicas de casos intrigantes e misteriosos, reportagens de fatos desastrosos e de feitos miraculosos, críticas de costumes, gracejos, enfim, todas as infinitas facetas de fatos do cotidiano. No cordel, tudo adquire um gosto especial.


O folheto de cordel, na sua forma tradicional, mede geralmente 11x16,5 cm, impresso em papel jornal. Sua capa confeccionada  em xilogravura ou clichês tipográficos, contendo antigas estampas representa todo um ciclo de criações artísticas.
Até os anos 90 a venda do folheto de cordel, também ela, assume uma expressão artística peculiar. Os vendedores (sendo ou não eles também poetas) constituem-se verdadeiros atores e mestres na arte de narrar. Perambulam por praças, mercados e feiras e esquinas movimentadas onde levantam suas tendas, ou simplesmente abrem suas malas. Atraem seus fregueses contando, muitas vezes em forma de canto, trechos dos folhetos do seu acervo.


No passado, edições de cordéis chegavam a centenas de milhares de folhetos. Hoje alcança um público muito maior devido ao alcance das redes sociais e da rede mundial de computadores.  Dessa forma, em várias regiões do Estado e principalmente em Fortaleza, aparecem novos autores e ilustradores de capa. Através deles, o cordel se mantém vivo e renovado.  


Nos anos 60 Juazeiro do Norte foi sede da maior editora e distribuidora de literatura de cordel do país, a Tipografia São Francisco, de José Bernardo da Silva, que foi sucedida pela Lira Nordestina, editora dirigida pelo poeta Expedito Sebastião da Silva, também na terra do Padre Cícero. 

extraído do livro O Ceará dos anos 90 - Censo Cultural
Governo do Estado do Ceará - Secretaria da Cultura e Desporto

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