quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A revolta Urbana de 1912

Antônio Pinto Nogueira Accioly
 
Em janeiro de 1912, as principais ruas e praças de Fortaleza se transformam em campos de batalha, na maior explosão de revolta que a capital do Ceará já conheceu.  A população depõe o grupo político que dominou o Estado durante vinte anos (1892-1912): a Oligarquia Nogueira Accioly. Chefiado por Antônio Pinto Nogueira Accioly, o grupo político teve em Fortaleza como um dos principais representantes o intendente Guilherme Rocha, que assim como os Accioly, ficou duas décadas no poder.

 Intendente Guilherme Rocha
 
Guilherme Rocha se notabilizou por priorizar o embelezamento da cidade e o enquadramento de sua população a um comportamento pretensamente europeu. É de sua gestão a aprovação pela Câmara Municipal do Código de Posturas para a Cidade de Fortaleza, e com o apoio do governo do Estado, da construção da mais importante obra arquitetônica do Ceará: o Teatro José de Alencar.
Chefe político desde o final da monarquia – quando chegou a ser deputado, senador e vice-presidente da Província – Nogueira Accioly reorganizou seu grupo tão logo foi proclamada a República. Fundou a União Republicana, mais tarde Partido Republicano Federal, em 1890.
O partido elegeu toda a bancada para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa. Accioly comandava uma máquina política que ia da Assembleia Legislativa à maioria dos chefes políticos do interior do Estado, os chamados coronéis. Uma situação que favorecia  práticas de nepotismo, fraudes, corrupção e atos de violência contra os adversários.


A Passeata das Crianças 

O maior deles – a gota d’água para a derrubada de Accioly – aconteceu quando a oposição lançou Franco Rabelo para a disputa do governo do Estado. Diante da ampla aceitação do opositor na cidade, os acciolinos passaram a usar da violência e intimidação. A cavalaria de Accioly investiu contra uma grande caminhada de crianças e adultos em prol de Rabelo. A revolta durou de 21 a 23 de janeiro e só terminou com a deposição do oligarca.

 Avenida Marquês de Herval, destruída na revolta de janeiro de 1912

 Após ser deposto do cargo de presidente da Província, o oligarca Nogueira Accioly ( de roupa escura e cartola) foi levado ao vapor que o levaria ao Rio de Janeiro
 
Armada, a população ocupou vários pontos da cidade, inclusive o Palácio Governamental, onde estava Accioly. Formou barricadas, promoveu saques, e destruiu símbolos do poder de então. Entre os alvos, a Praça Marquês de Herval, remodelada por Guilherme Rocha e a Avenida Nogueira Accioly, instalada em seu interior. 


fotos do Arquivo Nirez
Extraído da Revista Fortaleza, fascículo 4
Artigo A Capital pega em Arma, de Erivaldo Carvalho

Um comentário:

  1. Não consegui saber, mesmo lendo atentamente o livro, Libertação do Ceará, de Rodolfo Teófilo, em todo esse affair da Cavalaria acciolyna, do dia 21.01.1912, atropelando e matando algumas crianças, quem comandava a referida Cavalaria?

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