localização do município de Jardim, no estado do Ceará
Até fins do século XVIII, era a ainda vila do Jardim um sítio inteiramente desconhecido. Segregado dos focos de população do Cariri pelo prolongamento da ponta meridional do Araripe, que o separa, por um deserto de cinco léguas, das freguesias de Barbalha e Missão Velha, não tinha participado da emigração que havia povoado estes lugares.
vista panorâmica de jardim
A famosa seca que nesse ano assolou os sertões do rio São
Francisco, determinou uma considerável
emigração de retirantes que, necessitados de abrigo, se encaminharam para
Jardim, que é o ponto mais contíguo daquele grande rio, onde havia terras
férteis para o plantio de cereais e de mandioca, mesmo no rigor da seca.
O primeiro imigrante que veio procurar abrigo em Jardim,
perseguido pela calamidade de 1792, foi o padre João Bandeira, homem inquieto e
empreendedor, que gostava de empreender longas e perigosas viagens pelos
vastos sertões nordestinos, muito afeito às lutas contra a natureza e contra os homens quase
bárbaros dessa parte do Brasil, e com reputação de valente, que o fazia
respeitado por toda parte.
Na chegada, sua primeira providência foi promover o plantio
de alguns cereais e edificar uma casa de barro. A presença de um sacerdote
atraiu para o local muitas outras pessoas que construíram uma capela em frente
à casa do padre, no mesmo sítio em que se elevou depois o templo inacabado que
virou matriz. Em torno, edificaram mais algumas casinhas para residência de
novos moradores; e eis a origem da povoação, hoje Município de Jardim.
praça matriz de Jardim
A presença de um sacerdote era rara naquelas paragens e o povo sentia a necessidade de se prover de assistência espiritual, portanto, havia um arraial onde houvesse um sacerdote. O padre Bandeira, cansado da vida inativa que levava, passado um tempo, retirou-se como viera, isto é, com sua espada à cinta e acompanhado de um escravo; mas a vila já contava com outro sacerdote, que celebrando missa aos domingos, continuou a entreter a população.
As lutas pelo poder político
Tendo vagado o posto de capitão-mor do Cariri, apareceram dois pretendentes ao cargo, dois homens bastante considerados na região, José Pereira Filgueiras, natural de Santo Amaro Bahia, e o sargento-mor José Alexandre Correa Arnaud, descendente do povoador de Missão Velha.
Apesar do crédito que tinha Arnaud junto aos ouvidores e da
consideração e prestígio de Filgueiras, conseguiu este último fazer-se escolher
para o importante cargo. A partir de então, essas duas personalidades, que
repartiam entre si a consideração pública no Cariri, passaram a se olhar com
mútua aversão, e um acontecimento que os pôs em luta aberta os levou a mudarem
a face dos negócios no termo do Crato, dividindo a população.
Cidade do Crato (foto IBGE)
Francisco Calado, pessoa da confiança do sargento-mor José
Alexandre, tinha obtido ordem para, em companhia de seus filhos e agregados,
prender Gonçalo de Oliveira, casado com uma sobrinha do capitão-mor.
Oliveira, tendo sido intimado da ordem de prisão, resolveu
não se entregar, e enviou Joaquim Ignácio Cardoso, irmão de sua mulher, com um
aviso a Filgueiras para vir resgatá-lo. O capitão-mor recebeu o recado, e
deixou partir seu parente sem promessa alguma; mas depois, suspeitando que ele
levasse más intenções, resolveu segui-lo até reunir-se a ele no arraial de
Missão Nova, e em sua companhia, foi encontrar a pouca distância, Oliveira, que
já vinha preso.
Chapada do Araripe, vista do Crato (foto IBGE)
Filgueiras exigiu que este lhe fosse entregue, mas a escolta
recusou formalmente, e indo adiante a questão, Cardoso saltou em terra, cortou
as cordas que prendiam o preso, mas caiu varado de balas. O furor de Filgueiras
nesse momento não teve limites. Tomou a arma do moribundo e disparou sobre um
dos Calados e com o coice da arma, matou outros dois. A escolta se dispersou,
deixando quatro cadáveres sobre a terra.
A bravura de Filgueiras renderam-lhe o respeito público e o
amor do povo, que foi desde então, uma das personagens mais populares que já houve no Cariri.
extraído do livro
Ceará (homens e fatos), de João Brígido
procuro a familia do meu pai que nasceu na cidade jardim no ceara
ResponderExcluirele foi embora da cidade quando tinha 13 anos e nunca mais voltou
o nome dele era João francisco de oliveira
conheço algumas historias parecidas! sou de jardim. vc sabe qual o sítio dele?
Excluirconheço algumas historias parecidas! sou de jardim. vc sabe qual o sítio dele?
Excluirprocuro um tio pedro galvão nasido em jardim ceará foi pra são paulo por volta de mil novecentos e cinquenta e cinco,a utima noticia é que ele mandou uma carta e uma foto com dois filho gêmios,e nunca mais mandou noticia meu nome é edmilson noquiera de souza.
ResponderExcluirvc sabe dizer qual o nome do lugar, tipo sítio ou serra de onde era?
Excluirvc sabe dizer qual o nome do lugar, tipo sítio ou serra de onde era?
Excluirsou de jardim e conheço um caso parecido com o caso de vcs a cima... de um homem q é daqui de jardim e que foi embora ainda muuuito jovem e nunk mais a família teve noticias. sei bem q o sobrenome dele é galvão tbm
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